quarta-feira, julho 20, 2022

I'm thinking of ending things

 

Autor: Iain Reid
Género: Thriller
Idioma: Inglês
Páginas: 256
Editora: Gallery/Scout Press
 Ano: 2021

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Esta leitura surgiu de uma dupla recomendação: ler o livro (de 2016) e ver o filme (de 2020). A sinopse parecia interessante e o livro foi-me emprestado, logo não o quis reter por muito tempo.
 
Em I'm thinking of ending things, Jake e a namorada vão a caminho da casa dos pais dele jantar. A jovem está apreensiva, não só porque vai conhecer os pais do namorado com quem está apenas há um par de meses, mas porque está a pensar em acabar a relação.
 
É a namorada a narradora da história, e cedo percebemos que é alguém que não vê as coisas de uma forma linear. São os seus comentários peculiares q.b., e o facto de ter um segredo que ela própria considera desconcertante, que ajudam a passar a primeira parte do livro, focada na viagem de carro a caminho do jantar, com considerações sobre relações e a dinâmica do casal. 

Digo isto porque os capítulos iniciais foram pouco apelativos para mim, o que fez com que ficasse a marcar passo na leitura durante uns dias. Depois o casal chega à quinta isolada dos pais de Jake e a narrativa ganha mais tensão e fica extremamente atmosférica, com vários contornos de terror psicológico.
 
A partir daí, a leitura prosseguiu muito mais rápida, e pensei num par de teorias para o que pudesse estar a passar-se. Apesar do final do livro - e a revelação que faz todas as peças encaixarem -, me ter ocorrido, acreditei que a reviravolta fosse outra.

I'm thinking of ending things é um livro pouco convencional, com uma estrutura original. Uma mistura de mistério, thriller e terror psicológico, contada num tom acelerado e sem floreados linguísticos, resulta numa leitura surpreendente, onde fica tudo bem explicado no final. Ficou alguma tristeza pelas personagens ao ler a conclusão, mas percebo que era o único final possível.
«There’s only one question to resolve. I’m scared. I feel a little crazy. I’m not lucid. The assumptions are right. I can feel my fear growing. Now is the time for the answer. Just one question. One question to answer. (...)
Now it's my heart. I'm angry with it. The constant beating. We're wired to be unaware of it, so why am I aware of it now? Why is the beating making me angry? Because I don't have a choice. When you become aware of your heart, you want it to stop beating. You need a break from the constant rhythm, a rest. We all need a rest.»
Fiquei curiosa em ver o filme, adaptado pelo talentoso Charlie Kaufman, com a não menos talentosa Toni Collettte num dos papéis secundários.

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(muito bom)