Autor: bell hooks
Género: Ensaio, Contemporâneo
Idioma: Inglês
Páginas: 238
Editora: William Morrow
Ano: 2023 (edição lida)
---
All About Love: New Visions, de bell hooks, foi-me emprestado. Não conhecia a autora, uma académica e activista norte-americana falecida em 2021.
O livro, saído em 1999, é considerado um clássico moderno, referido como leitura essencial sobre o tema do amor na vida contemporânea.
A ideia central de hooks — de que o amor não é apenas um sentimento, mas uma prática activa enraizada no cuidado, na honestidade e na responsabilidade — ressoa.
Capítulo a capítulo, somos desafiados a ir além dos clichés românticos e a encarar o amor como uma deontologia que molda a forma como nos relacionamos com a família/parceiros/a sociedade/connosco mesmos.
Achei interessante a maneira como ela liga as relações privadas a sistemas mais vastos, como o patriarcado e a cultura de consumo/consumismo.
Achei também o livro repetitivo e vago, com algumas partes apoiadas apenas em definições e teorias, sem exemplos concretos. Esses capítulos saem do registo do ensaio pessoal, e destoam do resto da narrativa mais envolvente.
Isto é fácil de notar porque a escrita de hooks é, por vezes, bastante doméstica, e nestes momentos torna-se irregular, saindo da reflexão íntima para a generalização abstracta.
All About Love: New Visions é um livro estimulante, com boas questões e reflexões. Recomendo-o a quem queira (re)pensar o amor como algo maior do que o romance individual, e a colocá-lo sobre o holofote da honestidade, do cuidado e da ligação.
Eu li-o na língua original, mas o livro está traduzido em Portugal, pela Orfeu Negro, com o título Tudo do Amor.
«Every day thousands of children in our culture are verbally and physically abused, starved, tortured, and murdered. They are the true victims of intimate terrorism in that they have no collective voice and no rights. They remain the property of parenting adults to do with as they will. There can be no love without justice. Until we live in a culture that not only respects but also upholds basic civil rights for children, most children will not know love. In our culture the private family dwelling is the one institutionalized sphere of power that can easily be autocratic and fascistic. As absolute rulers, parents can usually decide without any intervention what is best for their children. If children’s rights are taken away in any domestic household, they have no legal recourse. Unlike women who can organize to protest sexist domination, demanding both equal rights and justice, children can only rely on well-meaning adults to assist them if they are being exploited and oppressed in the home.»
****
(bom)