quinta-feira, julho 29, 2021

Knock knock (the Skillute cycle #1)

 

Autor: S.P. Miskowski
Género: Terror
Idioma: Inglês
Páginas: 303
Editora: Kindle Edition
 Ano: 2011

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Knock knock, traduzido para português como "truz truz", apareceu no meu radar por recomendação de uma booktuber.

Nunca tinha ouvido falar nem da autora nem do livro, que já tem uns anos.

A história é sobre um trio de amigas que vive em Skillute, onde não se passa grande coisa. 

Um dia, depois da escola, passeando-se pela floresta e assustando-se umas às outras com lendas locais, decidem fazer um pacto: nunca terem filhos. 

As consequências dessa brincadeira, feita quando têm 11 anos e que resulta na evocação de um espírito maligno, vão assombrá-las, e ao lugar onde vivem, por várias décadas.

O livro segue as três protagonistas na sua vida adulta e vivendo em Skillute. A história avança a bom ritmo até chegar ao meio, onde se arrasta por alguns capítulos bem menos interessantes e que pouco acrescentam à história. Depois, retoma na parte final do livro, com um fim bem conseguido.

Pouco assustador mas muito atmosférico e bem escrito, Knock knock  foi uma excelente descoberta. 

Recomendadíssimo para fãs do sobrenatural.

Há mais três livros nesta série, The Skillute cycle, que podem ser livros individualmente.

****
(bom)

sábado, julho 24, 2021

Liebestrasse

 
Autores: Greg Lockard, Tim Fish,
Lucas Gattoni, Hector Barros
Género: Banda desenhada
Idioma: Inglês
Páginas: 98
Editora: ComiXology Originals
 Ano: 2019

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Liebestrasse traduz-se do alemão como "rua do amor".

Conta a história de amor de dois homens na Alemanha dos anos trinta, com a ascensão ao poder do partido nazi - o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

Sem surpresa, não é uma história com um final feliz.

O livro foca-se na relação dos protagonistas, com a acção passada  num período que não é habitual neste tipo de histórias. Vale mais por isso e pela beleza das ilustrações do que pela história em si, que não é original. Tal não significa que é menos relevante por isso, é simplesmente um facto. 

Com quase cem páginas, Liebestrasse está muito bem ilustrado e tem alguns momentos dramáticos muito bem conseguidos, sem nunca recorrer à violência gráfica.

O livro foi nomeado para "Outstanding Comic Book" nos prémios GLAAD 2020, criados para homenagear as representações inclusivas da comunidade LGBT nos media.

Há uma entrevista com dois dos autores aqui, que inclui excertos do livro.

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(bom)

terça-feira, julho 20, 2021

Pest


Autor: Matt Shaw
Género: Thriller
Idioma: Inglês
Páginas: 99
Editora: Kindle Edition
 Ano: 2020

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Pest apareceu na lista de leituras recomendadas do Kindle.

Já tinha visto o nome de Matt Shaw em listas de livros de terror. Tem vários contos e livros editados, a maioria em edição de autor. As pontuações costumam ser altas.

Apesar de ser mencionado que Pest não é o género de história habitual do autor, que costuma escrever coisas mais extremas e aterradoras, achei a sinopse interessante e achei que seria um título tão bom como qualquer outro para me aventurar.

A história é sobre um tipo que gosta de assediar desconhecidas na internet enviando-lhes fotografias pornográficas, visando o nojo e o choque das destinatárias. Uma noite, uma das mulheres vai mais longe e decide inverter o jogo. Segue-se uma troca... interessante entre ambos.

A acção progride rapidamente - o livro tem 99 páginas. As descrições são gráficas q.b. e têm o seu contexto, mas um pouco mais de desenvolvimento das personagens teria elevado a história. Como está, apoia-se demasiado no efeito-choque (depende de cada um, mas para mim houve partes realmente nojentas) e fica enfranquecida, apesar do tema do ciberassédio ser (infelizmente) actual.

A capa do livro induz em erro relativamente ao contéudo; gosto mas associei-a a outros tipos de história quando li a sinopse
.

Vou ler mais qualquer coisa de Matt Shaw mas na próxima será um título de terror, o género onde colhe mais elogios.

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(mediano/razoável)

quinta-feira, julho 15, 2021

Cartas a um jovem escritor

 

Autor: Colum McCann
Género: Ensaio

Idioma: Português

Páginas: 196

Editora: Clube do Autor

Ano: 2017
 

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Nunca li nada de Colum McCann, embora tenha um livro dele na estante, Apeirogon: viagens infinitas, nomeado para o Booker Prize de 2020. 
 
Quando me falaram de Cartas a um jovem escritor, como aspirante a escritora nos tempos livres, ignorei a menção do "jovem" no título e priorizei o livro, que tem menos de 200 páginas.
 
Os capítulos são curtos e começam com uma citação quase sempre excelente de um escritor/intelectual conhecido. 
 
O tom é encorajador e entusiasta, ideal para quem se está a iniciar na escrita, e o contéudo cheio de generalidades.
 
Finda a leitura, acho que o título é adequado. É realmente direccionado (e útil) aos jovens escritores, embora aqueles menos jovens - desde que iniciantes -, possam também beneficiar das ideias do autor.
 
Para leitores que tenham lido outras obras da mesma temática, Cartas a um jovem escritor fica aquém e o tom de "vamos a isto!" sem aprofundar ideias, esgota-se ao fim dos capítulos iniciais. Não há aqui nada de novo.
 
Pessoalmente, recomendo Thrill me - essays on fiction, de Benjamin Percy; a antologia Writers workshop of horror; e o incontornável Escrever: memórias de um ofício, de Stephen King.
 
Fica a ideia presente em todos estes livros: há que ler muito, escrever ainda mais e, caso se almeje a publicação, não desanimar.

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(mediano/razoável)

sábado, julho 10, 2021

A promessa do faroleiro

 

Autor: Pedro Lucas Martins
Género: Terror
Idioma: Português
Páginas: 27
Editora: Kindle Direct Publishing
 Ano: 2019

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Pedro Lucas Martins foi, em 2018, o vencedor da 1.ª edição do Prémio António de Macedo com As sombras de Lázaro.

É a minha descoberta mais recente do género fantástico escrito em português.

A promessa do faroleiro é uma leitura curta e bastante atmosférica.

O protagonista é Gil do Bom Levante, um faroleiro que, como o pai antes dele, está de vigia na Praia dos Ossos, pronto a exterminar com a sua espingarda os vhar dhragol, demónios amaldiçoados que saem das águas negras.

A história está muito bem escrita, transmitindo com mestria a inquietude do espaço e a enormidade do fardo do faroleiro Gil. A reviravolta é bem explorada e o final perturbador.

Uma nota final para a excelente capa.

«Seguiu assim pelo areal negro, que parecia estalar a cada passo das suas botas, em direcção ao ponto luminoso criado pelo fogo. Este ainda ardia, fúnebre como uma pira, iluminando o corpo já cuspido pelas ondas, envolto numa espuma biliosa, como se nem o oceano o quisesse. Mas Gil sabia bem que não era assim. O mar era o eterno solitário. Queria sempre mais companhia.» (página 10)

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(muito bom)