Autor: Clara Pinto Correia
Género: Ficção
Idioma: Português
Editora: Clube do Autor
Páginas: 332
Avaliação: *** (mediano)
Estava bastante curiosa em ler Adeus princesa, de Clara Pinto Correia. Classificado como um livro policial e com inúmeras menções positivas na contra-capa, a história tem ainda o condão de se passar no Alentejo, região que me é muito querida.
Um dos romances de topo dos anos 80, conta a história da franzina e não muito bonita Mitó, principal suspeita da morte do namorado, Helmut, um mecânico alemão da Base Aérea de Beja. O jornalista Joaquim Peixoto e o fotógrafo Sebastião Curto viajam de Lisboa para recolher informações e testemunhos sobre o caso, apenas para descobrir que os habitantes estão mais esperançados que a publicidade ajude a resolver os problemas que afligem a região, do que interessados na resolução do crime.
«Auf Wiedersehen, prinzessin.»
A partir do assassinato do alemão Helmut, a autora desenvolve a história, cujo foco central é o Alentejo rural. As personagens são figuras típicas com conflitos políticos e sociais, como o pai de Mitó, dirigente do Centro de Trabalho de Baleizão e perfil soviético, e o chefe de Polícia, Mariano Larguinho, que vêem nos visitantes lisboetas a esperança de ver os problemas da província falados, e talvez solucionados, nas páginas da revista.
No rescaldo da Reforma Agrária, os proprietários foram expulsos e os camponeses ocuparam-lhes as terras e formaram cooperativas. Dez anos mais tarde, altura em que se passa a acção, este sonho já se desfez: as cooperativas agrícolas estão a desaparecer, a sociedade está a decair, as mercearias deixaram de vender fiado, os jovens só pensam em farra e drogas…
Um dos romances de topo dos anos 80, conta a história da franzina e não muito bonita Mitó, principal suspeita da morte do namorado, Helmut, um mecânico alemão da Base Aérea de Beja. O jornalista Joaquim Peixoto e o fotógrafo Sebastião Curto viajam de Lisboa para recolher informações e testemunhos sobre o caso, apenas para descobrir que os habitantes estão mais esperançados que a publicidade ajude a resolver os problemas que afligem a região, do que interessados na resolução do crime.
«Auf Wiedersehen, prinzessin.»
A partir do assassinato do alemão Helmut, a autora desenvolve a história, cujo foco central é o Alentejo rural. As personagens são figuras típicas com conflitos políticos e sociais, como o pai de Mitó, dirigente do Centro de Trabalho de Baleizão e perfil soviético, e o chefe de Polícia, Mariano Larguinho, que vêem nos visitantes lisboetas a esperança de ver os problemas da província falados, e talvez solucionados, nas páginas da revista.
No rescaldo da Reforma Agrária, os proprietários foram expulsos e os camponeses ocuparam-lhes as terras e formaram cooperativas. Dez anos mais tarde, altura em que se passa a acção, este sonho já se desfez: as cooperativas agrícolas estão a desaparecer, a sociedade está a decair, as mercearias deixaram de vender fiado, os jovens só pensam em farra e drogas…
Apesar da caracterização social bem humorada e da acção dinâmica, Adeus princesa não me conseguiu envolver. Como policial, é fraquito, mas cedo descobrimos que a identidade do assassino é o que menos importa. Como poderia ser, diante da delinquência juvenil, das drogas, da ausência de perspectivas no futuro dos jovens, do desemprego e das consequências nefastas da reforma agrária no Alentejo retratado pela autora? A sua pertinência actual é desconcertante (a componente social é muito bem trabalhada) mas como leitura de entretenimento, simplesmente não me "agarrou".
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