Autor: Han Kang
Género: Romance
Idioma: Português
Páginas: 192
Editora: Leya
Ano: 2019
Título original: 채식주의자
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Yeong-hye é-nos descrita pelo marido como uma pessoa
sem «rigorosamente nada de especial». Ele considera-a uma dona de casa cumpridora
e uma esposa atenta e pouco expressiva. Ele, por sua vez, é um empregado discreto
e pouco ambicioso.
A nossa personagem principal nunca tem voz, com a sua história a ser contada do seu ponto de vista de outras pessoas. Na contra-capa há a indicação de que o livro comenta sobre a sociedade sul-coreana que lhe serve de cenário. É fácil, depois, fazer a leitura das nuances ligadas ao minimizar das aspirações das mulheres, o seu papel secundário, e as expectativas de comportamento dos sexos.
A multitude de interpretações possíveis, nascida do conflito entre o lado primitivo e natural e o lado condicionado pela família e pela sociedade do ser humano, é um ponto forte. O livro tem "apenas" 190 páginas, mas são páginas que pulsam de cor, textura e emoções! Há vários momentos de luz e de escuridão, de sonho e de pesadelo, carregados de simbolismo.
A vegetariana é um livro extraordinário e brutal. As sensações que me provocou permaneceram vívidas, mesmo entre as pausas de leitura.
Este título ganhou o Booker Prize de 2016, uma lista de candidatos que incluía Orhan Pamuk (Nobel da Literatura de 2006), Elena
Ferrante e José Eduardo Agualusa.
Entretanto, encomendei outro
livro de Han Kang.
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(fenomenal)