Autor: Mary Shelley
Género: Gótico
Idioma: Português
Editora: Leya
Páginas: 240
Preço: € 6
Género: Gótico
Idioma: Português
Editora: Leya
Páginas: 240
Preço: € 6
ISBN: 978-9-89-653019-8
Título original: Frankenstein; or the modern Prometheus
Título original: Frankenstein; or the modern Prometheus
Avaliação: ***** (muito bom)
Mary Shelley escreveu Frankenstein em 1818, na sequência de um desafio lançado num serão, onde estavam Lorde Byron, Percy Shelley e John Polidori.
A autora tinha 21 anos e o repto, lançado por Byron, foi que cada um dos presentes escrevesse uma história tão negra que fizesse tremer o mais imperturbável dos homens.
Curiosamente, não foram as figuras mais sonantes que se destacaram; o obscuro e discreto secretário de Byron, John Polidori, apresentou O Vampiro, e Mary, na altura companheira do poeta Shelley, escreveu Frankenstein. Ambos os livros são hoje clássicos incontornáveis da literatura e servem de tema a ensaios e de inspiração ao género de terror/fantástico.
Publicado anonimamente, Frankenstein começou por ser apresentado sob a forma de conto e só mais tarde desenvolvido por Mary, incentivada por Percy Shelley.
A história é comummente conhecida: Victor Frankenstein é um médico-cientista brilhante e auto-didacta que, a partir de pedaços de cadáveres, dá vida ao Monstro, uma criatura hedionda, de força e resistência sobre-humanas, mas que possui uma alma.
Com o avançar da história, percebemos que Frankenstein e o Monstro formam partes diferentes de um mesmo todo: ambos procuram a felicidade, ambos necessitam de amigo e de uma companheira para amar. E nenhum deles é feliz.
Victor é rico, atraente, o Monstro é horrível, um eremita à força. Os dois têm uma inteligência brilhante e a sua felicidade torna-se inalcançável com a inexistência do outro: Victor Frankenstein abandona e ostraciza a sua criação e recusa-se a fazer uma companheira para o Monstro, e este, como vingança, elimina os entes queridos do seu criador, transformando-lhe a vida num inferno, revoltado pelo cientista não o compreender e acarinhar, amaldiçoando-lhe a existência.
Mary Shelley guia-nos (subtilmente) ao longo da história e damos por nós a desprezar Frankenstein pelo seu egoísmo irresponsável e a apiedarmo-nos do Monstro, que aprende a ler e a instruir-se sozinho, repudiado pela sua aparência de ogre.
Há uma forte crítica social a uma sociedade pronta a julgar o carácter de alguém baseado somente na aparência, num livro que questiona o que é válido e correcto. Numa era como a nossa, onde a clonagem é um assunto de ontem e os avanços científicos sucedem-se em catadupa, Frankenstein surpreende pela pertinência e actualidade; Mary Shelley criou personagens ímpares e magnéticos, que tornam a leitura muito envolvente.
2 comentários:
Simpatizar com a personagem que elimina os entes queridos do seu criador? Medo!
Claro que sim, o monstro é como um animal selvagem corrido a pontapé quando tudo o que quer é ser acarinhado pelo pai; um caso de amor CÃO! ;D
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