sexta-feira, março 16, 2012

Blasfémia


Autor: Asia Bibi (Anne-Isabelle Tollet)
Género:
Biografia

Idioma: Português
Editora: Alêtheia Editores
Páginas: 142
Preço: € 10
ISBN:  978-9-89-622417-2
Título original: Blasphème

Avaliação: **** (bom)


Blasfémia chegou até mim no seguimento da iniciativa de leitura conjunta da Paula T, no blog viajar pela leitura.

O objectivo é fazer circular o livro e, assim, dar a conhecer a história de Asia Noreen Bibi, uma cristã num Paquistão populado por milhões de muçulmanos. Asia esforça-se por sobreviver diariamente, fazendo limpezas e trabalhando nos campos, tudo o que possa render dinheiro para comprar alimentos para os filhos. O marido trabalha numa fábrica de tijolos e, juntos, vivem o dia a dia como podem, tentando não enfurecer os vizinhos, que não lhes perdoam por não serem devotos a Alá.

Asia encontra-se presa vai fazer 3 anos, acusada de blasfémia e condenada à morte por enforcamento. O crime? Ter bebido água. Num dia de trabalho no campo com outras muçulmanas, Asia teve sede, tirou água de um poço e bebeu-a. Quando encheu de novo o copo e o ofereceu à mulher a seu lado, assinou a sua sentença de morte.

Asia é cristã e o copo pertencia às companheiras muçulmanas. Ao mergulhar de novo o copo na água depo
is de ter bebido, "sujou" a água; o gesto foi um insulto religioso. A notícia espalhou-se e Asia foi espancada e escoltada pela polícia local. Ficou um ano na cadeia a aguardar julgamento e foi sentenciada à morte, onde aguarda, até hoje, a execução.

«Asia Noreen Bibi, em virtude do artigo 295.º-C do código paquistanês, o tribunal condena-vos à pena capital por enforcamento e a uma multa de 300.000 rupias.» (o valor representa cerca de 2500 euros, uma quantia milionária no Paquistão.)

O
Papa Bento XVI manifestou falou publicamente o seu apoio a Asia e dois políticos do seu país defenderam a sua causa, sendo que um deles, ministro das minorias, chegou a encontrar-se com Hillary Clinton para apelar à libertação da mãe de família. Ambos os políticos foram, entretanto, assassinados por mártires islâmicos, por defenderem os impuros que não professam o Islão.

Hoje, somente o marido e o advogado conseguem vê-la, em condições muito difíceis e apenas através de uma câmara, instalada na cela de Asia. Esta vive em condições sub-humanas, sendo que vários anónimos (com receio de represálias) a ajudam a passar palavra cá para fora. Sempre que as condições de segurança o permitiram, cada capítulo do manuscrito foi-lhe apresentado. O texto deste livro contém o seu total acordo e apoio à sua publicação. Asia Bibi quer ser ouvida e deseja que conheçam a sua história; este é um relato extraordinário na primeira pessoa, que choca quem vive num país minimamente civilizado
.

4 comentários:

Paula disse...

Um livro que é um testemunho do que ainda se faz e pratica em pleno sec. XXI

barroca disse...

Eu sei! e as mulheres presas por terem sido violadas!? mundo louco.

Rafeiro Perfumado disse...

E atrevem-se a chamar "religião" ao islamismo...

barroca disse...

Alguns deles são simplesmente loucos, loucos com poder para aprisionar, maltratar e matar outros. Arrepiante.