Autor: Margaret Atwood, Renée Nault
Género: Banda desenhada
Idioma: Português
Páginas: 240
Editora: Bertrand Editora
Ano: 2020
Idioma: Português
Páginas: 240
Editora: Bertrand Editora
Ano: 2020
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Estava entusiasmada em pegar neste livro. Li o clássico de Margaret Atwood há mais de quinze anos, e tenho seguido a série, que soma, até à data, 4 temporadas, e é excelente, passem os vários desvios da narrativa original.
A nossa narradora é Defred, uma "serva" de Gileade, onde quase todas as actividades estão vedadas às mulheres.
É
neste futuro distópico, no território onde costumava existir os Estados
Unidos, que se situa a República de Gileade, governada por uma
teocracia totalitária cristã que derrubou o antigo regime democrático.
A sociedade de Gileade está organizada em
castas, e as mulheres perderam quase todos os direitos. Defred (literalmente "de Fred", visto que está destacada na casa do Comandante Fred Waterford, e é pertença dele), é uma "serva", fazendo parte da casta de mulheres que são mantidas para fins reprodutivos pela famílias da classe dominante, numa época onde a esterilidade é epidémica e quase não nascem bebés.
Condensar a complexidade e riqueza do livro é impossível, mas a novela gráfica inclui todos os aspectos centrais, assim como algumas citações literais, do romance de Margaret Atwood.
A obra original, lançada em 1985, já era relevante e pouco fantasiosa, e suscitou debates e análises; décadas passadas, continua relevante e mais próxima de alguns problemas que enfrentam as sociedades: uma poluição galopante e a persistência de várias doenças que grassam em várias nações e todos os anos fazem mais e mais vítimas. As leituras são múltiplas quando se examinam os problemas e desafios das nações actuais, e se comparam com a desta realidade distópica.
Apesar do livro de Margaret Atwood permitir uma imersão e envolvimento diferentes, esta novela gráfica capta perfeitamente a mensagem da fonte; nisso, as ilustrações de Renée Nault são magistrais, com um traço enriquecido com o uso de aguarelas.
A adaptação da história ao formato BD, feita pela autora, capta a força do conteúdo original.
A história de uma Serva,
neste formato de novela gráfica, não é substituto do romance, mas
poderá aguçar a curiosidade de quem não o leu se começar por aqui.
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(muito bom)
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