Autor: Elif Shafak
Género: Romance
Idioma: Português
Páginas: 424
Editora: Quetzal Editores
Ano: 2018
Título original: Three daughters of Eve
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Elif Shafak é uma escritora e académica, nascida em Estrasburgo (a minha cidade actual). Foi-me recomendada com entusiasmo.
A autora turco-britânica conta já com 19 livros publicados, entre os quais 12 romances, vários deles vencedores de prémios literários; a sua obra, traduzida em mais de 50 línguas, fala sobretudo de mulheres, minorias e imigrantes.
Doutorada em Ciência Política e em Humanidades, Shafak deu aulas em várias universidades na Turquia, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Três Filhas de Eva, romance cuja acção alterna entre a Istambul do presente, a dos anos 80 e a Oxford dos anos 2000, centra-se em Peri, uma mulher turca abastada.
O ponto de partida é um jantar na capital turca que reúne gente influente, e onde Peri, uma das convidadas, no seguimento de um percalço que aconteceu a caminho do evento, começa a recordar os seus tempos na universidade de Oxford e as amizades que mantinha à altura.
O tempo avança e recua entre os anos 80 (infância de Peri), os da primeira década do novo milénio (quando era estudante em Inglaterra), e o tempo presente da narrativa (durante o jantar).
Lemos sobre o passado de Peri, que nasceu e foi criada na Turquia juntamente com dois irmãos. Os pais eram muito diferentes entre si: o pai tinha ideias seculares e a mãe era profundamente devota ao Islão. Desde pequena que Peri expressa confusão sobre o divino, e na sua passagem por Oxford, decide aprender mais sobre fé – decide frequentar um curso subversivo sobre Deus, leccionado pelo carismático Professor Azur.
Em Oxford, Peri torna-se próxima de duas outras jovens, com quem chega a partilhar casa: Shirin é iraniana, adopta uma estilo de vida ocidental e não tem qualquer interesse em questões religiosas; já Mona é uma muçulmana praticante, que usa o hijab (véu islâmico) e que defende os valores da sua crença.
Há um acontecimento na sua passagem por Oxford que vai mudar a vida de todas elas, mas principalmente de Peri, e que vai condicionar as suas escolhas.
O livro é sólido, mas não gostei por aí além.
As motivações de Peri não são claras, há um período de cerca de 15 anos no romance que não é coberto (a saída de Oxford, o casamento, a relação entre Peri e os filhos) e há várias questões que permanecem sem resposta. As outras duas filhas de Eva do título, Shirin e Mona, aparecem pouco e não são muito desenvolvidas, o que é pena, pois gostaria de ter lido mais sobre elas.
Comprei outros livros de Elif Shafak juntamente com este e vou lê-los, mas Três Filhas de Eva, apesar de bom (e bem escrito), ficou aquém das minhas expectativas.
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(bom)
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