16 de junho de 2024

Cadernos da Água

 

Autor: João Reis
Género: Romance

Idioma: Português

Páginas: 248

Editora: Quetzal Editores

Ano: 2022

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Esta é a minha estreia com João Reis, escritor e tradutor de línguas nórdicas.

Cadernos da Água mergulha o leitor num mundo assolado pela seca, pelas guerras da água e pelo rescaldo de uma pandemia.

Ao longo de quase 250 páginas, vivemos num mundo distópico onde os portugueses se tornaram migrantes climáticos, em fuga de um Portugal desidratado, que os países do Norte europeu recusam acolher.

A falta de água, a guerra global, a violência impune de grupos paramilitares, o aparecimento de novos vírus, e a falta de solidariedade são manifestações deste futuro (muito) próximo.

Há vários narradores em Cadernos da Água, mas a voz dominante é a de Sara, que regista, num caderno, o seu quotidiano num campo de refugiados, onde vive com a filha; o marido está em parte incerta.

A história, habilmente urdida pelo autor, é tão aterradora como magnética, com muitos momentos desconfortáveis, onde o ser humano é mostrado nas suas diversas facetas.

Uma leitura excelente.

Numa entrevista, João Reis confirmou que o final de Cadernos da Água potencia uma eventual sequela, para a qual já terá algumas notas.
 

 «Aviso à população

Devido às inúmeras vicissitudes que o país tem sofrido, e que incluem a constante falta de material médico e produtos alimentares, avisa-se a população civil de que a reprodução humana se encontra uma vez mais proibida.

SALVE-SE: POUPE ÁGUA»

 

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(muito bom)

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