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| Fonte: Imagens Google |
A 16 de Dezembro [2025], assinalaram-se os 250 anos do nascimento de Jane Austen (1775–1817).
No século XVIII, onde o quotidiano feminino era tido como trivial, Austen publicou num mundo literário dominado por romances sentimentais e narrativas góticas.
A
escritora
foi profundamente subversiva,
transformando
o quotidiano em matéria literária séria: casamentos,
heranças, visitas sociais, pequenas humilhações — tudo o
que parecia menor tornou-se um
palco
de conflito moral e psicológico, (d)escrito
num
tom de
ironia moral sem moralismo.
Austen
observou
sem
condescendência, e
mostrou
o ridículo sem
humilhar.
Criou
personagens femininas com interioridade moderna, sem
serem
arquétipos - Elizabeth Bennet, Anne Elliot, Emma Woodhouse - que
pensam, erram, reflectem.
Nunca
se casou, mas criticou
o casamento como instituição económica, e
expôs, com clareza cirúrgica, como o amor estava condicionado por
dinheiro, classe e sobrevivência.
Jane Austen escreveu sobre coisas que não envelhecem: autonomia feminina em sistemas restritivos, escolha versus conveniência, desejo versus segurança.
Ocupa um lugar singular na literatura, com seis romances publicados, nenhum deles épico ou trágico. É estudada nas universidades, está na cultura popular e no imaginário colectivo.
Em 2025, 250 anos depois do seu nascimento, o olhar de Jane Austen segue lúcido, irónico e de uma delicadeza implacável.


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