domingo, outubro 10, 2021

Rage

 

Autor: Stephen King (Richard Bachman)
Género: Thriller

Idioma: Inglês

Páginas: 156

Editora: Signet
(e-book)
Ano: 1977

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No início da carreira de Stephen King, nos anos 70, as editoras não queriam saturar o mercado, limitando os autores à publicação de um livro por ano.
 
Terá assim nascido a ideia de utilizar um pseudónimo para escoar os títulos do prolífico escritor; Rage foi o primeiro livro a ser publicado com o nome de Richard Bachman, em 1977.
 
A história é sobre Charlie Decker, de 15 anos. Um dia, Charlie decide levar uma arma para a escola e manter a sua turma refém por umas horas. Há disparos, mortes e muita tensão. Há revelações e muito diálogo entre o atirador e os alunos, numa troca que alterna entre o cómico e o trágico.
 
Este livro terá sido escrito quando Stephen King estava a acabar o liceu. É um exercício interessante o de tentar encontrar paralelos com a vida do escritor, como o ódio pela figura parental e as angústias adolescentes. Um dos livros favoritos de S. King é O deus das moscas, e também podemos ver alguns temas deste presentes em Rage, na descida ao caos e aos instintos mais básicos.
  
King escreveu aqui sobre a doença mental nos jovens e a violência nas escolas com armas de fogos vários anos antes desses episódios encherem jornais e noticiários. Na altura, a história foi vista como rebuscada; nos dias de hoje, é tristemente corrente - o debate da compra e porte de armas de fogo é um dos temas mais divisores da sociedade norte-americana.
 
Nesse seguimento, e depois de Rage ter sido encontrado entre os pertences de vários atiradores envolvidos em massacres escolares, King decidiu retirá-lo de circulação. 
 
É um livro com algumas fragilidades, nomeadamente no desenvolvimento das personagens; é datado na linguagem e no pensamento, mas é relevante e visionário. 
 
Mostra a capacidade de King em prever situações futuras aterradoras e de escrevê-las para o leitor comum de uma forma empática e actual, sem metáforas elevadas. Adivinha-se o potencial, entretanto consolidado num enorme talento, fazendo de Stephen King um dos maiores nomes da ficção mundial e o incontestável "King of Horror"

****
(bom)

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