27 de fevereiro de 2011

Trilogia: Crepúsculo dos elfos / Noite dos elfos / Hora dos elfos

Autor: Jean-Louis Fetjaine
Género: Fantasia
Idioma: Português
Editora: Europa-América
Páginas: 704
Preço: € 58 (trilogia)
ISBN:  978-9-72-104959-8 / 978-9-72-104994-9 / 978-9-72-104926-0

Avaliação:  **** (bom)

Esta é uma trilogia composta por três títulos:

1 - O Crepúsculo dos Elfos
2 - A Noite dos Elfos
3 - A Hora dos Elfos


Os livros de Jean-Louis Fetjaine constituem uma oportunidade de escape à realidade para um mundo mítico, povoado por criaturas mágicas. Algumas delas são movidas pela honra e pela amizade, e outras pela ganância e pela ânsia de poder, mas todas lutam pela vida, num local onde a lei da sobrevivência e do mais forte ganha novos contornos, pondo em causa o desaparecimento de algumas raças.

Há muitas centenas de anos, o mundo fervilhava de criaturas como elfos (seres graciosos de pele azulada, que dominavam e estavam em sintonia com as forças da Natureza) e anões (pequenos seres aguerridos de aparência humana e temperamento explosivo, apreciadores dos prazeres da vida), que coexistiam com os humanos.

A trilogia começa com o encontro do cavaleiro Uter e da fascinante Lliane, a rainha  élfica, e de como os dois se apaixonam, unindo-se numa relação impossível. Quando os homens matam o último dos soberanos anões, e só os elfos lhes podem fazer frente, Uter e Lliane veêm-se em facções opostas: ele como Pendragon (Rei Supremo) e ela  refugiada em Avalon e decidida a fazer preservar a sua raça.

Sucedem-se muitos confrontos, esquemas, traições, e o mundo perde o seu equilíbrio, com a história em crescendo até à derradeira batalha, numa acção com diversas referências às lendas arturianas.


Comparada às Brumas de Avalon e a'O Senhor dos Anéis, não creio que esta seja uma trilogia tão cimeira como aquelas, pois Fetjaine peca em dois pontos: a acção é previsível e algumas partes da história são pouco adensadas, o que prejudica a complexidade das personagens.

Apesar disso, é uma trilogia interessante e que entretém bastante.

15 de fevereiro de 2011

O evangelho do enforcado

evangAutor: David Soares
Género:
Romance histórico / Fantástico

Idioma: Português
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 368
Preço: € 19
ISBN:  978-9-72-731159-0
Título original: O evangelho do enforcado

Avaliação:
**** (bom)


O Evangelho do Enforcado combina habilmente História e fantasia. Tendo como pano de fundo as circunstâncias em que foram criados os Painéis de S. Vicente de Fora, começa por acompanhar a vida do pintor que lhes deu vida, Nuno Gonçalves, e entrecruza-se com o período que marcou o início dos Descobrimentos portugueses.

Permitindo-se inúmeras liberdades criativas (ser-me-á impossível voltar a olhar a figura do Infante D. Henrique - votado como o 7.º dos Grandes Portugueses - e de toda a
ínclita geração da mesma forma depois desta leitura), David Soares retrata as gentes e a Lisboa do século XV com bastante crueza e não menos erudição.

O início da leitura não é fácil, sendo que a narrativa desperta alguma repulsa, mas quebrada essa barreira, o virar de páginas torna-se compulsivo, ao que ajuda a galeria de personagens verdadeiramente rica e electrizante, com vários nossos conhecidos dos livros do preparatório: Mestre d'Avis, Filipa de Lencastre, Infante D. Henrique, D. Afonso V, etc.

As anotações finais do autor são bastante úteis, permitindo perceber melhor algumas nuances introduzidas (o pão roxo, por exemplo) e confirmando o imenso trabalho de pesquisa por detrás do romance.

Uma leitura recomendadíssima, não só por ser de um autor português mas porque é um bom livro dentro do género e do melhor que se faz (escreve) em Portugal.

Não leva mais estrelas porque achei que a acção acabou algo abrupta, sem um real remate.