sábado, setembro 25, 2021

Lumberjanes vol.1 : beware the kitten holy


Autores: Noelle Stevenson, Grace Ellis,
Shannon Watters, Brooklyn Allen

Género: Banda desenhada
Idioma: Inglês
Páginas: 128
Editora: Boom! Box (Kindle)
 Ano: 2015

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Este primeiro volume de Lumberjanes está classificado como infanto-juvenil. Eu achei-o delicioso e acredito que será apreciado por várias faixas etárias.

Um grupo de cinco amigas (Jo, April, Mal, Molly e Ripley) quer viver um Verão fantástico e decidem passá-lo num campo de escuteiras, as "lumberjanes". 

Há várias sátiras no livro relativamente ao mundo escutista: retira-se a conotação religiosa e reescreve-se os lemas e valores, mantendo-se a promoção da vida ao ar livre, as actividades em grupo e o conhecimento da Natureza.

Fonte: Google Search Engine

As amigas unem-se para combater as coisas estranhas que estão a acontecer na floresta ao seu redor: um grupo agressivo de raposas com três olhos, uma velhota que se transforma em urso, cavernas subterrâneas e outras criaturas fantásticas. E fazem-no valendo-se dos pontos fortes de cada uma e não deixando ninguém de fora. "Friendship to the Max" é o lema.
 
Fonte: Google Search Engine
 
Adorei as referências a várias figuras femininas, todas elas pioneiras e/ou icónicas, como Joan Jett (uma rock star dos anos 80, considerada por alguns como a Rainha do Rock n' Roll) e Bessie Coleman (a primeira afro-americana a tornar-se piloto nos EUA e a primeira mulher de ascedência africana a conseguir o brevet de piloto internacional).
 
O tom é de empoderamento (feminino) sem ser moralista. Cada personagem é diferente, com uma imagem e voz próprias. É assim que deve ser, e a diversidade deve existir sem ser proclamada, simplesmente porque é normal; Lumberjanes vol.1: beware the kitten holy passa esta mensagem muito bem.

Fonte: Google Search Engine
 
Lumberjanes vol.1: beware the kitten holy é um livro divertido de ler, com várias ilustrações hilariantes. A história saltita em termos de coerência mas é compensada pela acção e pelo humor. Creio ser um excelente livro para oferecer.
 
À data, na nossa língua, apenas está traduzido em Português do Brasil pela Devir.

*****
(muito bom)

sábado, setembro 18, 2021

The other black girl

 

Autor: Zakiya Dalila Harris
Género: Romance

Idioma: Inglês

Páginas: 368

Editora: Atria Books
(e-book)
Ano: 2021
 

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The other black girl é publicitado como uma mistura de Get out com O diabo veste Prada
 
Apesar de gostar de ambos os filmes (nunca li o livro de Lauren Weisberger), não foi isso que me atraiu, mas a sinopse e o facto de ter como pano de fundo o mundo editorial.
 
Nella Rogers é assistente editorial na Wagner Books, em Nova Iorque, onde há vários anos é a única pessoa negra do departamento. Até que finalmente outra assistente é contratada... e também é negra. Para Nella, farta das "argoladas" dos colegas e de se sentir à parte, é uma excelente notícia e prontifica-se a acolher a recém-chegada Hazel.
 
Porém, pouco depois, uma série de eventos faz com que Nella veja a sua competência questionada... enquanto Hazel se torna cada vez mais popular. As coisas ficam feias quando mensagens anónimas, num tom que deixam Nella inquieta, começam a aparecer na sua secretária; poderão vir da nova colega?
  
A acção de The other black girl desenrola-se lentamente, com a maioria dos capítulos dedicados à dinâmica no local de trabalho. O final ambíguo, mais a inclusão de capítulos narrados por outros personagens que não Nella, tornam a história mais confusa do que interessante. A revelação final é original q.b. e deixa alguns pontos em aberto.
 
Acrescentaria que comparar esta história com a d'O diabo veste Prada é rebuscado e irá desiludir leitores que procuram um enredo similar àquele. The other black girl mistura drama e mistério com uma pitada de terror. É o seu ponto mais forte mas no final fica-se com a ideia de que se leram bons excertos de vários géneros indevidamente entrosados. 
 
É um bom livro, mas a ideia-base, trabalhada de outra forma, poderia ter resultado num livro excelente. 

****
(bom)

segunda-feira, setembro 13, 2021

Lady Windermere's fan

 

Autor: Oscar Wilde
Género: Teatro

Idioma: Inglês

Páginas: 70

Editora: Penguin Popular Classics

Ano: 1995
 

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Lady Windermere's fan - traduzido como O leque de Lady Windermere - é uma comédia de costumes dividida em quatro actos, escrita em 1892, cuja acção se passa num período de 24 horas. 
 
Nesta peça, que mistura comédia e sátira, seguimos o dia de anos da bela e puritana Lady Windermere, conhecida pelo seu rígido código moral. 
 
Ao ser-lhe confidenciado que o marido estará a ter um caso com uma viúva atraente, Lady Windermere, movida pelo ciúme e indiferente às aparências, provoca uma sucessão de situações que poderá arruinar a sua reputação, e a dos seus mais próximos.
 
Lady Windermere's fan é uma montanha-russa de ditos espirituosos e considerações vitorianas, que põem a descoberto uma alta sociedade vácua e movida pela intriga e pela coscuvilhice, onde toda a gente mete o nariz na vida alheia. Os diálogos são muitos bons, pontuados por sarcasmo e ironia. Há várias frases icónicas, e o meu livro ficou com várias páginas sublinhadas a amarelo (abaixo estão apenas algumas).
 
"What is a cynic? A man who knows the price of everything and the value of nothing."
“Are all men bad? Oh, all of them, my dear, all of them, without any exception. And they never grow any better. Men become old, but they never become good.”
"London is full of women who trust their husbands. One can always recognize them. They look so thoroughly unhappy."
"But there are moments when one has to choose between living one’s own life, fully, entirely, completely - or dragging out some false, shallow, degrading existence that the world in its hypocrisy demands."
 
Entretanto, vi uma das interpretações (hilariantes) da peça, de 2018, no YouTube, onde estão disponíveis algumas versões da mesma, quase todas em formatos de menos de duas horas. Houve ainda uma adaptação ao cinema, "A good woman", de 2004, com Helen Hunt e Scarlett Johansson, prova da intemporalidade desta peça de Wilde.

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(bom)

quinta-feira, setembro 02, 2021

Southern Bastards vol.1 : aqui jaz um homem


Autores: Jason Aaron, Jason Latour
Género: Banda desenhada
Idioma: Português
Páginas: 128
Editora: G. Floy Studio
 Ano: 2015

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Estamos no condado de Craw, Alabama, no sul dos Estados Unidos. 

Craw distingue-se pelas suas carnes de churrasco e pela equipa local de futebol americano, os Runnin’ Rebs, campeões estaduais. Também tem na sua população um sortido de sacanas, labregos e chungas. 

Earl Tubb, um homem de meia idade reservado, regressa ao condado de Craw, muitas décadas depois de ter abalado, para esvaziar a casa de um tio - agora a viver num lar. Umas horas no sítio e Earl lembra-se porque tinha jurado a si mesmo nunca mais lá voltar a pôr os pés. 

Para começar, uma escaramuça com alguns locais escala rapidamente; não ajuda Earl ter pavio curto. À medida que as situações ficam cada vez mais violentas, vamos conhecendo outras personagens, nomeadamente o manda-chuva de Craw, Euless Boss, o treinador dos Runnin’ Rebs e inimigo do falecido xerife Bertrand Tubb (o pai de Earl).

Diz-se que o treinador Boss já não tem espaço para mais taças e prémios no seu armário, e que já começa a faltar espaço debaixo das bancadas do estádio para enterrar corpos. É inevitável. O confronto entre Euless Boss e Earl Tubb é uma questão de tempo.
 
Fonte: Image Comics
 
A palavra-chave para este 1.º volume é conflito. Conflito físico e psicológico, conflito interno e externo. Earl e o pai discutiam e estiveram sem se falar muitos anos, e a cidade de Craw não é tão pacata como parece. Há muita coisa a ferver debaixo das fachadas, e percebemos pelas páginas cheias de acção e cores quentes que não é preciso muito para uma explosão de violência.
 
Os autores, ambos originários do Sul americano e com créditos firmados nos universos Marvel e DC, terão misturado ficção e memórias pessoais ao escrever a série, sem esconder o amor pelas suas origens nem embelezando as características associadas com a população sulista americana.
 
Southern Bastards vol.1: aqui jaz um homem é o primeiro livro de uma série premiada, iniciada em 2014, que continua a ser publicada (o quinto volume deverá sair entre o final de 2021 e o início de 2022).
 
Entrentanto, estou ansiosa por ler os restantes volumes já publicados destes sacanas do sul.

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(muito bom)