28 de junho de 2023

Moriarty

  

Autor: Anthony Horowitz
Género: Policial

Idioma: Inglês

Páginas: 392

Editora: Orion Books

Ano: 2015

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Anthony Horowitz é um escritor e argumentista britânico, famoso pela autoria de livros juvenis (séries The Power of Five e Alex Rider).

Escreveu também vários episódios para séries de televisão (Midsomer Murders; Poirot) e dezenas de livros para adultos, a maioria policiais.

Em 2011, Horowitz publicou o seu primeiro romance com as personagens icónicas de Sir Conan Doyle, intitulado The house of silk / A casa da seda (Ed. Presença). O sucesso de vendas originou este segundo livro, em 2014.

Os dois livros lêem-se de forma autónoma, ligando-se com as obras originais de Conan Doyle do mítico detective, e não entre si.

A acção de Moriarty ocorre após o confronto, e queda, de Sherlock Holmes e do Professor Moriarty nas Cataratas de Reichenbach, na Suiça, conforme escrito originalmente por Conan Doyle. Os dois estão desaparecidos e ninguém acredita que tenham sobrevivido.

Assim, os dois protagonsistas de Moriarty são Frederick Chase, um detective americano da Pinkerton, e Athelney Jones, um inspector da Scotland Yard. Os dois vão unir forças para descobrirem o paradeiro de Clarence Devereux.

Devereux é um criminoso americano, cabecilha de uma organização criminosa que pretende tomar o lugar (e poder) de Moriarty. É um homem temido, ainda que raramente visto, e utiliza métodos bastante violentos.

A acção do livro é narrada na 1.ª pessoa por Chase, num tom similar aos dos livros originais. Há dedução e ação, mas achei-o pouco emocionante, pouco “holmesiano” (apesar do inspector Athelney Jones usar os mesmos métodos que Sherlock, a quem idoliza).

A galeria de personagens é boa e memorável, mas é o final excelente que salva o livro, compensando o início arrastado e uma acção trôpega, com poucos elementos da Inglaterra vitoriana onde vive Sherlock Holmes.

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(bom)

14 de junho de 2023

O adeus a Cormac McCarthy aos 89 anos (1933-2023)

Foto: google images

Considerado um dos maiores escritores americanos do século XX, Cormac McCarthy (nascido Charles Joseph McCarthy Jr.) estreou-se na escrita na década de 60.

Escreveu, ao longo dos seus 40 anos de carreira literária, doze romances, duas peças e cinco argumentos.

Abrangendo os géneros do pós-apocalíptico e do faroeste norte-americano, a prosa de McCarthy é marcada por representações gráficas de violência e reflexões filosóficas em ambientes distópicos. As suas personagens, muitas vezes pessoas à margem da sociedade, habitam em ambientes decadentes.

Descobri este autor há cerca de dez anos e tornou-se um dos meus autores de referência, apesar da escrita muito pesada e de digestão lenta. Os seus livros são, quase sempre, experiências angustiantes.

McCarthy estudou Artes, Física e Engenharia, e serviu na Força Aérea durante quatro anos.

Extremamente reservado, apenas deu um punhado de entrevistas ao longo dos anos. O seu nome para Nobel da Literatura é falado frequentemente quando a data de atribuição se aproxima, mas, hélas, ainda não se concretizou.

O escritor ganhou o Pulitzer em 2007 com The road / trad. A estrada (adaptado ao cinema e, para mim, uma das leituras mais díficeis de sempre), e o National Book Award e o National Book Critics Circle Award com All the pretty horses / trad. Belos Cavalos (também adaptado ao cinema).

Entre os meus preferidos contam-se Outer dark, trad. Nas trevas exteriores; A estrada; Este país não é para velhos, (adaptado ao cinema e vencedor de um Óscar de Melhor filme) e Blood meridian / trad. Meridiano de sangue.

Cormac McCarthy morreu de causas naturais a 13 de junho de 2023, a poucas semanas de fazer 90 anos.


 
Foto: google images