29 de dezembro de 2020

Alien: out of the shadows (Canonical Alien Trilogy #1)


 Autor: Tim Lebbon; Dirk Maggs
Género: Ficção Científica, Terror
Idioma: Inglês
Duração: 4h e 31m
Editora: Audible Studios (Audible)
Ano: 2016

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Autor: Tim Lebbon
Género:
Ficção Científica, Terror
Idioma: Inglês

Páginas: 326

Editora: Titan Books (Kindle)
Ano: 2014

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Super fã da saga Alien e recente convertida aos audiolivros, fiz um 2 em 1 lendo o livro e ouvindo o audiolivro.
 
Há uns anos, saiu o primeiro audiolivro de uma trilogia-homenagem à saga iniciada por Ridley Scott em 1979 - apontamento ao filme aqui -, audiolivro esse baseado num livro que saíra dois anos antes.
 
A acção de Alien: out of the shadows passa-se entre os dois primeiros filmes de Scott e de Cameron, Alien e Aliens, respectivamente.

O ano é 2159. 
 
A Marion é uma nave de extracção mineira de trimonite (um material raro e mais precioso do que o diamante); a sua tripulação permanente é escassa e consiste num grupo de apoio médico e técnico aos mineiros que passam o tempo na mina do planeta mais próximo.
 
Quando a Marion perde o contacto com a equipa mineira e intercepta uma gravação onde esta parece estar a ser atacada por uma forma de vida extraterrestre, a tripulação decide isolar-se na Marion e enviar uma mensagem de SOS.
 
É nestas circunstâncias que Ellen Ripley é resgatada pela tripulação da Marion, 37 anos após ter escapado ao massacre na Nostromo.
 
Desiludida por terem passado tantos anos e ansiosa por voltar à Terra e voltar a ver a filha, Ripley rapidamente se apercebe de que as coisas são piores do que pensava. A nave Marion está fora de órbita e numa contagem descrescente para se despenhar no planeta mais próximo. A única escapatória é a nave-irmã da Marion, com aliens adultos a bordo. Ripley não consegue acreditar que sobreviveu a um pesadelo para se encontrar noutro mil vezes pior.

Mas Ripley não é a protagonista de Alien: out of the shadows. Esse papel cabe a Chris Hooper, o engenheiro-chefe da Marion. Prático e um líder nato, vê-se na posição ingrata de resgatar a pequena tripulação sobrevivente e escapar a um grupo de aliens agressivos com ácido nas veias.

Alternados com a acção, o livro tem vários capítulos dedicados aos sonhos de Ripley; estas sequências de sonho quebram um pouco o ritmo do livro. No audiolivro, Ripley tem flashbacks breves que a alheiam momentaneamente do que se passa à sua volta, mas rapidamente desperta pelos seus companheiros de infortúnio - funciona melhor no formato audio.

Há alguma violência e muita tensão, expectável quando se metem xenomorfos ao barulho. A acção é non-stop. A personagem de Ash (o andróide de Alien) "reduzido" a um programa de computador sem corpo físico é melhor desenvolvido no audiolivro e traz grande valor à história. Resulta melhor na série de conflitos por que passam as personagens. O elenco de actores é muito bom e a actriz que interpreta Ellen Ripley tem uma voz quase idêntica à de Sigourney Weaver, o que proporciona uma experiência auditiva aliciante.

Há vários pormenores bem conseguidos, especialmente os relativos à transição de Alien: out of the shadows para o segundo filme da saga, Aliens.

O livro é muito bom e o audiolivro "bebe" daí mas surpreendentemente consegue ultrapassá-lo e resulta melhor. 

Incontornável para os fãs da saga. Segue-se Alien: river of pain.

*****
(muito bom)

23 de dezembro de 2020

The Foundling / A Órfã Perdida

 

Autor: Stacey Halls
Género: Romance

Idioma: Inglês
Páginas: 270
Editora: Manilla Press (Kindle)
 Ano: 2020

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Depois de ler The Familiars, fiquei rendida a Stacey Halls - e ao seu romance de estreia.

A elegância da escrita, a dignidade e força das protagonistas, e a voz da autora captivaram-me. A leitura de The Foundling, o único outro livro editado por Halls, seguiu-se naturalmente.

The Foundling tem como cenário a vibrante Londres de 1754, que já caminhava a passos largos para conter um milhão de habitantes. É aqui que conhecemos Bess.

Vivendo abaixo do limiar da pobreza, fraca de um parto recente e com a bebé Clara nos braços, a jovem de 17 anos encontra-se uma noite no Foundling, um hospital-orfanato onde os desamparados deixam os filhos quando não têm meios para os criar. Bess não está só nessa noite; a sala está cheia de mulheres angustiadas com a ideia de não poderem voltar a ver os pequenos que agora deixam aos cuidados de estranhos. O hospital dá a opção de as mães resgatarem os filhos se as suas condições de vida melhorarem, mas é raro isso acontecer; a vida em Londres é implacável.

Mas Bess volta, seis anos depois, com umas libras duramente poupadas, para recuperar Clara... apenas para descobrir que a criança foi levada há anos.

A vida de Bess cruza-se então com a de Alexandra, uma viúva abastada, cujo estilo de vida confortável está a anos-luz de distância do dela, que ainda mora na mesma casa minúscula na parte mais pobre de Londres. Este impacto muda radicalmente a vida destas duas mulheres que encaram a maternidade e a condição de mulher de forma muito diferente, cuja única coisa em comum é uma menina de seis anos.

The Foundling lida com os temas da família, maternidade, lealdade e saúde mental. A narrativa é partilhada por Bess e Alexandra, duas mulheres com educações diferentes que se movem em círculos muito distintos. Bess ganha a nossa simpatia desde o início com o seu percurso triste, já a atitude fria de Alexandra repugna inicialmente e leva o seu tempo a ser percebida, acabando também por nos conquistar. A escrita cuidada e o desenvolvimento das personagens mantêm a qualidade do título de estreia. Gostei menos do fim, apressado e pouco realista para a sociedade da época.

Mais uma vez, à semelhança de The Familiars, a capa é magnífica.

Um novo livro, Mrs England, está previsto para o Verão de 2021.

ACTUALIZAÇÃO: O livro foi, entretanto, publicado em Portugal, em 2024, pela Saída de Energência com o título A Orfã Perdida.

*****
(muito bom)

13 de dezembro de 2020

The Darcys of Pemberley (série The Darcys of Pemberley #1)

 

Autor: Shannon Winslow
Género: Romance

Idioma: Inglês
Páginas: 326
Editora: Heather Ridge Arts (Kindle)
 Ano: 2011

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Sou uma das incontáveis fãs de Jane Austen e da sua obra maior: Orgulho e Preconceito
 
No meio literário há várias obras derivadas da sua obra-prima, entre as quais li A independência de uma mulher, da consagrada Colleen McCullough (falecida em 2015), Morte em Pemberley, de P.D. James (adaptado pela BBC em 2013 - apontamento aqui), e Longbourn: amor e coragem, de Jo Baker. Achei os dois primeiros fracos e o último razoável - e nenhum deles especialmente memorável.

Recentemente, li esta sequela de que gostei bastante, a primeira parte de uma trilogia iniciada em 2012, inaugurando a série The Darcys of Pemberley, com o mesmo nome. 

Passaram-se uns meses desde que Elizabeth e Darcy se casaram. Vivem na enorme propriedade de Pemberley e (ainda) estão em clima de "lua de mel", atenciosos e românticos, na sua "bolha d'amor". Na mansão vive ainda Georgiana, a irmã de Darcy, que planeia fazer a sua apresentação oficial na sociedade londrina em breve.

Não é dado o mesmo tempo de antena a todos os intervenientes do romance original, compreensivelmente. O livro abre com a morte de uma das personagens secundárias, e o seu funeral permite fazer um "apanhado" das interacções entre as personagens que têm mais destaque neste romance. 

Não há espaço para todas e algumas têm apenas algumas notas ou aparições breves e espaçadas (Mary Bennet e os pais, por exemplo). Descobrimos ainda que Jane e Mr. Bingley aguardam o primeiro filho e planeiam mudar-se de Netherfield, e que o casal-maravilha Wickam está a pensar mudar-se para perto dos familiares, visto que George Wickam não é talhado para a vida militar (surpreendente? nada).

Gostei bastante da dinâmica do casal Darcy - onde o enfoque é maior, claro! -, de Lady Catherine e dos Bingley e Hurst, da linguagem e do estilo narrativo; gostei menos de George Wickam (demasiado caricaturado para mim).

Não sou uma purista de Jane Austen e as opiniões que li sobre este livro variam entre o aceitável e o muito bom, com argumentos razoáveis de ambos os lados: a linguagem e expressões (Shannon Winslow é americana), a fidelidade às características das personagens originais, a história em si. Eu acho que a autora fez um bom trabalho, fruto de seis anos de dedicação.

Se era necessária uma sequela da história? Porque não? Muitos dos fãs de Austen tendem a reler os seus livros mais do que um par de vezes, por isso há procura para sequelas, fan fiction... e os fãs procuram-nas, o que é um feito tantas décadas passadas. É o legado de Jane Austen que se mantém vivo, uma homenagem ao seu talento.

Vou ler o resto da série.

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(muito bom)

4 de dezembro de 2020

Perfect Little Town

Autor: Blake Crouch
Género: Thriller

Idioma: Inglês

Páginas: 87

Editora: Blake Crouch (Kindle)

Ano: 2010

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Denominado por vários como o novo Stephen King, Blake Crouch apareceu no meu radar com a trilogia Wayward Pines (opiniões aqui, aqui e aqui), adaptada à televisão de uma forma decepcionante.
  
Ultimamente, tenho lido alguns livros anteriores à trilogia, que já deixavam adivinhar o gosto do autor por enredos passados em cidades pequenas com uma identidade colectiva ligada aos costumes e hostis para com pessoas de fora - um conceito que desenvolveu em Wayward Pines.

Perfect Little Town apresenta-nos um casal de classe alta, de férias de Natal pelas montanhas do Colorado, que por força do mau tempo, são obrigados a fazer um desvio e a pernoitar numa pequena cidade ausente do mapa com pouco mais de 300 habitantes. Ficam, porém, rendidos ao charme e à limpeza do lugar, às lojinhas catitas e à hospitalidade dos locais, e uma situação inesperada transforma-se numa agradável supresa... até se transformar novamente, desta vez numa situação aterrorizadora, onde o casal tenta escapar ileso e com vida.

É um conto de terror, com todas as limitações inerentes de desenvolvimento de personagens e acontecimentos, mas está bem escrito e mantém um constante clima de isolamento e terror, algo em que Blake Crouch é mestre. O final é bem conseguido.

Boa leitura.

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(bom)