Autor: Victor Hugo
Género: Romance
Idioma: Português
Páginas: 95
Editora: Quidnovi
Ano: 2010
ISBN: 978-989-5547456
Editora: Quidnovi
Ano: 2010
ISBN: 978-989-5547456
Tradução: Ana Ribeiro
Título original: Le dernier jour d'un condamné
Título original: Le dernier jour d'un condamné
---
O último dia de um condenado é
um pequeno livro com uma enorme mensagem.
Com menos de cem páginas, esta short novel publicada em 1829 é o relato, na primeira pessoa, de um homem condenado à guilhotina que confessa os seus pensamentos, sentimentos e receios à medida que o momento da execução se aproxima.
Porque tive medo? A porta do túmulo não se abre pelo lado de dentro.
Não sabemos o seu nome nem o crime que terá cometido (há indícios subtis de que possa ter sido um homicídio) mas cedo começamos a visualizar o que o rodeia, desde as paredes que constituem a pequena cela onde passa os seus dias às personalidades dos prisioneiros e dos carcereiros com quem convive.
O tom do livro é, como esperado, deprimente. Lê-lo no Verão, num dia luminoso, numa esplanada ou na praia, em nada altera o negro dos dias do nosso narrador, que passa da contemplação da beleza das pequenas coisas (a luz do sol, uma flor) à penumbra do grotesco.
O tom do livro é, como esperado, deprimente. Lê-lo no Verão, num dia luminoso, numa esplanada ou na praia, em nada altera o negro dos dias do nosso narrador, que passa da contemplação da beleza das pequenas coisas (a luz do sol, uma flor) à penumbra do grotesco.
Ah! Como uma prisão é alguma coisa de infame! Há aí um veneno que corrompe tudo. Tudo se envilece, até mesmo uma canção duma donzela de quinze anos! Se aí encontrardes uma ave, vê-la-eis com lama nas asas: apanhais uma flor, aspirá-la-eis e ela tem um mau cheiro.
Uma leitura universal e actual - a pena de morte ainda vigora em 57 países -, numa época tão distante (felizmente) da nossa realidade europeia, onde os direitos básicos do ser humano não estão limitados a um grupo étnico ou religioso em concreto.
Um texto poderoso da clara oposição de Victor Hugo à pena capital.
****
(bom)