domingo, junho 16, 2024

Cadernos da Água

 

Autor: João Reis
Género: Romance

Idioma: Português

Páginas: 248

Editora: Quetzal Editores

Ano: 2022

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Esta é a minha estreia com João Reis, escritor e tradutor de línguas nórdicas.

Cadernos da Água mergulha o leitor num mundo assolado pela seca, pelas guerras da água e pelo rescaldo de uma pandemia.

Ao longo de quase 250 páginas, vivemos num mundo distópico onde os portugueses se tornaram migrantes climáticos, em fuga de um Portugal desidratado, que os países do Norte europeu recusam acolher.

A falta de água, a guerra global, a violência impune de grupos paramilitares, o aparecimento de novos vírus, e a falta de solidariedade são manifestações deste futuro (muito) próximo.

Há vários narradores em Cadernos da Água, mas a voz dominante é a de Sara, que regista, num caderno, o seu quotidiano num campo de refugiados, onde vive com a filha; o marido está em parte incerta.

A história, habilmente urdida pelo autor, é tão aterradora como magnética, com muitos momentos desconfortáveis, onde o ser humano é mostrado nas suas diversas facetas.

Uma leitura excelente.

Numa entrevista, João Reis confirmou que o final de Cadernos da Água potencia uma eventual sequela, para a qual já terá algumas notas.
 

 «Aviso à população

Devido às inúmeras vicissitudes que o país tem sofrido, e que incluem a constante falta de material médico e produtos alimentares, avisa-se a população civil de que a reprodução humana se encontra uma vez mais proibida.

SALVE-SE: POUPE ÁGUA»

 

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(muito bom)

domingo, maio 19, 2024

O adeus a Alice Munro aos 92 anos (1931-2024)

Fonte: Imagens Google
 
Nascida a 10 de Julho de 1931, na província de Wingham (Ontário), Alice Munro é conhecida pelas suas colectâneas de contos, como "O Amor de uma Boa Mulher” (1998), "Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento” (2001), e “Vida Querida” (2012).

Munro começou a escrever na adolescência.

O seu primeiro livro, Dance of the Happy Shades, foi publicado em 1968 e muito elogiado pela crítica. Alice escreveu-o ao longo de 15 anos; por ele, recebeu o Governor General's Award for Fiction, um dos mais prestigiados prémios literários do Canadá.

Viria a ganhar o Booker Prize em 2009, e o Nobel da Literatura em 2013, tornando-se a primeira mulher canadiana a conquistar este último.

A Academia Sueca apelidou-a de «mestre da ficção curta contemporânea» - foi a primeira vez que um escritor exclusivamente contista recebeu o prémio.

Fonte: Imagens Google
 

A galeria de personagens de Alice Munro inclui mulheres de várias idades, de jovens que crescem na zona rural a idosas senis, passando pela angústias e combates das mulheres de meia-idade.

É frequentemente comparada a Virginia Woolf e a Katherine Mansfield; o crítico Harold Bloom comparou-a a Anton Tchékhov.

Várias adaptações das suas histórias apareceram nos ecrãs de cinema, pela mão de Sarah Polley, e Pedro Almodóvar, entre outros.

Em Portugal, os seus livros estão publicados pela Relógio D’Água.

Alice Munro morreu a 13 de Maio [2024] numa casa de repouso em Ontário. A causa da morte não foi divulgada.

Fontes: Wikipédia e Público

Fonte: Imagens Google

quinta-feira, maio 02, 2024

O adeus a Paul Auster aos 77 anos (1947-2024)

Autor: Fernando Vicente

Paul Benjamin Auster nasceu em Newark (EUA), a 3 de fevereiro de 1947.

Autor de culto, considerado um dos nomes maiores da literatura contemporânea, considerava-a «[a literatura] uma necessidade humana, tal como a comida e a água; sem ela, não seríamos capazes de pensar quem somos».

A sua obra está traduzida em mais de 40 línguas.

Licenciou-se em 1970; admirador de André Breton, Paul Éluard, e Sartre, alguns dos quais traduziu para a língua inglesa, viveu quatro anos em França.

Citava ainda como influências Dostoïevski, Hemingway, Faulkner, Kafka, Beckett e Proust.

Nos seus livros, é clara a influência do cinema norte-americano, assim como o método da "caixa chinesa" - sucessão de histórias no interior umas das outras. Nos anos 90, realizou o seu primeiro filme, Lulu on the Bridge.

Em vida, foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura 2006 e nomeado Comendador da Ordem das Artes e das Letras de França em 2007; era ainda membro da Academia Americana de Artes e Letras e da Academia Americana de Artes e Ciências.

Em Portugal, os seus livros estão publicados pelas Edições Asa.

Paul Auster morreu na sua casa em Brooklyn, a 30 de abril de 2024, de complicações relacionadas com um cancro pulmonar.

Fontes: Wikipédia e Sapo.pt