25 de janeiro de 2012

Crónica do rei pasmado

Autor: Gonzalo Torrente Ballester
Género:
Fantástico

Idioma:
Português
Editora: Caminho
Páginas: 182
Preço: €11
ISBN:  978-9-722-210708-2

Avaliação:
**** (bom)

Gonzalo Torrente Ballester é uma referência na literatura latina, com milhares de cópias vendidas. Este é o primeiro livro que leio dele.

Crónica do rei pasmado tem lugar na corte espanhola, durante o reinado de Filipe IV. Certa noite, depois de uma visita “às meninas”, o jovem soberano não consegue tirar da cabeça o corpo da cortesã Marfisa.

Deslumbrado com a perfeição das curvas femininas, mete na cabeça que há-de ver a rainha nua. É como se caísse o Carmo e a Trindade! A Igreja imediatamente salta em defesa do pudor, da reserva e dos bons costumes, numa época em que um casal se amava vestido e a esposa não deixava que a camisa de noite subisse acima dos joelhos.

Numa tentativa de reforçar a posição clerical, um padre ambicioso começa a espalhar que, ao deixar-se o rei levar a sua avante, será o povo a sofrer as consequências, com o despoletar de guerras e invasões. Mesmo assim, há quem ache a vontade filipina compreensível, até porque são muitos os cônjuges que assumem que desejariam estar mais à vontade com as suas queridas.

Perante tal escandaleira, logo o Inquisidor-Mor convoca um conclave de religiosos a fim de se discutir a legitimidade da exigência do rei. Entretanto, e como a rainha acede a receber o marido e a concretizar-lhe o desejo, são despoletadas medidas a fim de evitar que os dois se encontrem a sós. Por fim, é um jesuíta português (interpretado no cinema por Joaquim De Almeida) e um conde galego - galante, aprumado e bem falante (que aqui personifica o Diabo) - a servirem de alcoviteiros, levando a cabo um plano que permita a Dom Filipe fazer o gosto ao olho.

Em pouco menos de 200 páginas, G.T. Ballester constrói com uma narrativa bem humorada e repleta de críticas à pretensa moral e bons costumes da Igreja, com
uma premissa imaginativa. Crónica do rei pasmado diverte sobretudo pela sua mordacidade. Gostei.

11 de janeiro de 2012

O Hobbit

Autor: J.R.R. Tolkien


Género: Fantástico
Idioma: Português
Editora: Europa-América
Páginas: 264
Preço: € 20
ISBN:  978-9-72-104305-3
Título original: The hobbit

Avaliação: **** (bom)

O Hobbit é um clássico e duvido que haja alguém que ainda não tenha ouvido falar dele, principalmente com a adaptação ao cinema, com o filme a estrear este ano.

Da autoria do mestre da Fantasia J.R.R. Tolkien (o mesmo autor d'O Senhor dos Anéis), funciona também como capítulo zero/prólogo para aquela trilogia.

O Hobbit conta as aventuras de Bilbo Baggins, um pacato hobbit (os hobbits são criaturas de pouco mais de um metro e pés peludos, muito caseiras e dadas ao ócio, amantes acérrimos da gastronomia e do cachimbo) convencido pelo feiticeiro Gandalf a juntar-se a um grupo de anões numa demanda para matar um dragão.

O dragão aterroriza uma região distante, onde se chega cruzando florestas assombradas por criaturas maléficas e montanhas habitadas por gnomos
sanguinários. Página a página, deliciamo-nos com as peripécias do grupo, principalmente com o tom de narrativa de Bilbo, uma criatura que inspira ternura e simpatia, habituado a uma vida tranquila e que, ao ver-se confrontado com criaturas famosas por feitos aterrorizadores, teme não mais ver a luz do dia. Mas Bilbo foi escolhido por uma razão e torna-se um membro indispensável do grupo, à medida que os anões se apercebem da sua astúcia e da sua utilidade.

O Hobbit é uma história encantada, com todos os condimentos para prender um leitor de qualquer idade: tem as inevitáveis lições de moral, companheirismo e amizade, muito carisma e um protagonista com que é facílimo engraçar.

Recomendo
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