domingo, novembro 28, 2021

Sangue Novo: uma antologia

 

Autores: Vários
Editor: Pedro Lucas Martins

Género: Terror

Idioma: Português

Páginas: 188

Editora: Projecto Foco

Ano: 2021

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Sangue Novo é uma antologia que reúne contos de quinze autores portugueses de ficção de terror, onde me incluo (ver post anterior sobre o livro aqui).
 
Ao longo de quase duzentas páginas, somos brindados com contos de temáticas bastante distintas, do cómico ao macabro, passando pelo estranho e pelo sobrenatural.
 
Este projecto, coordenado e editado por Pedro Lucas Martins (PLM), vencedor do Prémio António de Macedo e do Grande Prémio Adamastor da Literatura Fantástica Portuguesa com o seu primeiro romance, As sombras de Lázaro, terá tomado forma aquando da descoberta, por PLM, de amantes, curiosos e interessados do terror por via dos cursos de escrita que lecciona, escritores com vozes definidas que, na sua maioria, escreviam para a gaveta. 
 
Terá querido proporcionar-lhes um palco, ao mesmo tempo que contribuía para a renovação do panorama da literatura de terror nacional - da qual PLM faz, solidamente, acrescento eu, parte - e oferecia aos leitores de terror em Portugal contos escritos em Português por autores portugueses. Um grande obrigada, da minha parte, pela oportunidade. 
 
É com imenso orgulho que faço parte desta antologia, integrando as fileiras dos autores que esperam proporcionar uma experiência envolvente aos leitores, imergindo-os no mundo que cada um de nós teceu
 
Eu devorei este livro, e adorei todos os contos. Foi fantástico trabalhar neste projecto e integrar um grupo de autores tão, ou mais, apaixonados pelo terror do que eu.
 
Sangue Novo, esteticamente, é uma edição belíssima, resultante do talento de Ricardo Alfaia, lead designer e editor gráfico do livro - e ainda um colega autor que integra a antologia. Há também ilustrações, evocativas, pela mão de Pedro Lucas Martins, uma por conto, em tons de negro e encarnado, o esquema de cores que domina o livro.
 
Sangue Novo está disponível em várias plataformas e livrarias, em formato de capa mole, capa dura e e-book: na Betrand, na Wook, na página do Projecto Foco e via Amazon. 
 
Espero que o comprem, se puderem, e apoiem esta antologia feita com muito amor. Boas leituras!

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Índice

Pestinhas - Cláudio André Redondo 
Tarde de Verão - Ricardo Alfaia 
Praga - Sandra Henriques
O manicómio das mães - Liliana Duarte Pereira
Conta comigo - Martina Mendes
Labirinto - Paulo A. M. Oliveira
Godigana - Maria Varanda
O devorador de sonhos - Marta Nazaré
Bom trabalho - José Maria Covas
Sonhei com uma linha vermelha - Madalena Feliciano Santos
Amor - Patrícia Sá
A mais bela profissão - Sandra Amado
Ritos - Vanessa Barroca dos Reis
O palco vazio - Susana Silva
A tradição - Francisco Horta

segunda-feira, novembro 22, 2021

Sangue Novo: uma antologia - lançamento e divulgação

 

Surreal. Foi a sensação que tive quando soube, este ano, que ia ser publicada pela primeira vez.

É uma emoção saber que as nossas palavras vão ser impressas para todos lerem, numa partilha que vale ouro. É uma emoção desafiante de descrever: a confirmação de algum talento, a recompensa da disciplina, a superação do desconforto, um perpétuo sorriso de humildade.

Quer se venda vinte ou vinte mil livros, o primeiro livro é um testamento de muitas coisas. Há que aproveitar o momento e depois seguir em frente, tentando manter um pouco da maravilha que é poder dizer-se: sou escritora.

Vou ser publicada com outros 14 cúmplices (uma pequena bio de todos os autores aqui) numa antologia de terror em português, intitulada Sangue Novo, a ser lançada no próximo sábado, 27 de Novembro, às 17h, na livraria Ler Devagar. Ajudem à divulgação, passem a palavra, apareçam se puderem!

Esta foi uma jornada que fiz acompanhada dos restantes colegas autores, guiados pelo mui talentoso Pedro Lucas Martins, ele próprio um autor de terror (vencedor de vários prémios literários), que fez as vezes de editor, revisor e ilustrador, generoso como só os grandes sabem ser.

O livro já pode ser adquirido, online, nos sites da Bertrand, da Wook, da Convergência, do Projecto Foco, e da Amazon, em formato papel ou ebook.

Com as editoras tradicionais, há sempre a hipótese de se pedirem cópias promocionais para divulgação. Mas esta é uma edição de autor, e não há, infelizmente, essa hipótese.

No entanto, gostaria de oferecer um exemplar em papel a um leitor do bué de livros. Basta que enviem uma frase "aterradora” a explicar porque devem ser o(a) eleito(a) para  [e-mail apagado], até 27 de Novembro à meia-noite (hora local portuguesa); dêem asas (de morcego) à vossa imaginação!

Eu vou, depois, escolher a frase que mais gostar e contactar o vencedor para confirmar uma  morada de envio. Podem participar os residentes na Europa e no Brasil.

ATUALIZAÇÃO: Obrigada a todos pelas frases enviadas! Foi escolhido o vencedor. O livro vai seguir em breve para o Norte de Portugal.

quarta-feira, novembro 17, 2021

Unfollow me: essays on complicity


Autor: Jill Louise Busby
Género: Ensaio
Idioma: Inglês
Duração: 4h e 44m
Editora: Audible Studios (Audible)
Ano: 2021

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Jill Busby ganhou notoriedade através da sua persona no Twitter e no Instagram: jillisblack (traduzido como "a Jill é negra"). 
 
O ponto de viragem ter-se-á dado em 2016, quando desabafou no Instagram a sua percepção sobre racismo e «falso liberalismo»; o vídeo tornou-se viral e Jill foi apontada como uma das vozes da moda, uma das influencers a seguir no que se relacionava com racismo e a crítica do politicamente correcto.

Pessoalmente, nunca tinha ouvido falar da autora. Este título foi-me sugerido pelo algoritmo da Amazon aquando da compra de um outro livro; ouvi o extracto e pareceu-me interessante, ainda mais porque é narrado pela própria - um tom cândido e desempoeirado que me cativou.

A cumplicidade do título é, segundo Jill Busby, a forma como, mais ou menos conscientemente, muitos participam na inclusão e na diversidade de quem é diferente (e aqui poderiam ser vários os grupos visados, mas o enfoque é nos afro-americanos) de uma forma esperada, sem desvios nem fazendo ondas, resultando num progresso questionável. E aponta-se a ela mesma como cúmplice desse sistema.

A criação de uma persona online serviu para que a autora pudesse dizer o que pensava sem represálias na sua vida prática, não sendo despedida, por exemplo, por afirmar coisas que seriam menos aceite no sector onde trabalhava, ligada à inclusão e diversidade, numa tentativa de transformar as organizações em locais de multiplicidade e aceitação, e promotoras de igualdade racial. 

É assim que, assumindo-se como uma mulher negra, lésbica e imperfeita, Jill descreve - alternando entre a primeira e a segunda pessoa do singular - episódios mais ou menos felizes (a inesperada ascensão de jillisblack nas redes scoais, ou como, quando já maior de idade, está a viver com os avós, e pede dinheiro à avó para despesas não essenciais, inflancionando o o custo das coisas para ficar com o troco; ou a sua troca de mensagens com um supremacista branco, um "proud boy"), as suas "turras" com o politicamente correcto e o desafio em manter-se fiel às suas ideias ao mesmo tempo que geria o aumento ou o decréscimo de seguidores e como isso influenciava o seu "discurso" online

Há um par de capítulos muito bons, de uma sinceridade e humor desarmantes, e outros desinspirados q.b., uma mistura de ensaio e autobiografia, que vale pelo tom franco da autora/narradora.

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(bom)

quinta-feira, novembro 11, 2021

Centenário de José Saramago: 2021-2022

Entre 16 de Novembro de 2021 e 16 de Novembro de 2022, celebra-se o Centenário de José de Sousa Saramago; em 2022, o escritor completaria 100 anos de vida.
  

Fonte: Google Search engine
 

Neste período (e estendendo-se até alguns meses de 2023), haverão exposições, reedições de livros, uma ópera, peças de teatro e sessões de leitura nas escolas. Haverá ainda um conjunto de cinco conferências - as “Conferências do Nobel” -, que terão lugar a partir de Janeiro de 2022, organizadas pelo escritor argentino Alberto Manguel.

Os objetivos das comemorações passam, nas palavras dos organizadores, por «consolidar a presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro, e prestar homenagem à sua figura como cidadão».
 

Fonte: Google Search engine

Na próxima terça-feira, dia 16, dia em que o escritor, vencedor do Nobel da Literatura em 1998, completaria 99 anos, 100 escolas portuguesas do ensino básico promoverão a leitura, em simultâneo, do conto infantil do autor, "A Maior Flor do Mundo", numa parceria entre a Fundação José Saramago, a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura.
 
O programa está disponível no sítio da Fundação José Saramago.
 
 

Fonte: Fundação José Saramago  

domingo, novembro 07, 2021

Alien: river of pain (Canonical Alien Trilogy #2)


Autor: Christopher Golden; Dirk Maggs
Género: Ficção Científica, Terror
Idioma: Inglês
Duração: 4h e 52m
Editora: Audible Studios (Audible)
Ano: 2017

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Depois do excelente Alien: out of the shadows, segue-se o também excelente Alien: river of pain
 
Estes dois títulos, integrantes da trilogia-homenagem em audiolivro à saga cinematográfica iniciada em 1979 por Ridley Scott com Alien - o 8.º passageiro, são os meus favoritos e aqueles a que retorno mais vezes. Já os escutei inúmeras vezes.
 
A acção deste segundo livro funciona como uma prequela para o filme de James Cameron, Aliens, o recontro final, de 1986. 
 
Baseado no livro homónimo de Christopher Golden, narra a queda da colónia de Hadley's Hope na lua de Acheron (LV-426), após alguns colonos descobrirem uma nave abandonada e um deles ser infectado com um parasita (um facehugger), o que vai originar um alien que vai começar a devastar a colónia.
 
Ao longo de quase cinco horas, vamos assistir à tentativa dos colonos e do destacamento de militares em sobreviverem, à medida que vários xenomorfos vão conquistando cada vez mais espaço e corpos, num cenário familiar a quem conhece a história dos filmes. Entretanto, a milhares de kms dali, Ripley foi resgatada e tenta recuperar do trauma e aceitar as décadas que andou perdida no espaço.
 
Na colónia, assistimos às diferentes estratégias humanas perante uma situação cada vez mais desesperada e as diferentes motivações dos envolvidos, onde a ganância e os interesses corporativos ganham a dianteira.

Os minutos finais do audiolivro fazem a transição perfeita para o filme de James Cameron, quando Ripley e os militares encontram Newt nas condutas de ar.

A produção do audiolivro é, mais uma vez, excelente, dirigida pelo multipremiado Dirk Maggs. O elenco é cinco estrelas, com vários actores conhecidos (Anna Friel, Colin Salmon, Alexander Siddig, entre outros). Os efeitos sonoros são sublimes e ajudam à imersão completa na história. 

Incontornável para os fãs da saga. Segue-se Alien: sea of sorrows.

*****
(muito bom)


segunda-feira, novembro 01, 2021

Aqueles que merecem morrer

 

Autor: Peter Swanson
Género: Thriller

Idioma: Português

Páginas: 280

Editora: Editorial Presença

Ano: 2017
Título original: The kind worth killing 

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Ted e Lily conhecem-se num bar de aeroporto e fazem conversa até ao embarque. Ted, apoquentado pelo mau rumo do seu casamento, acaba por o desabafar, convencido que não mais verá Lily na vida.
  
Mas Lily não é uma mulher comum; sedutora e inteligente, tem no seu passado situações bastante sinistras. Por isso, ao ouvir Ted dizer que a mulher, Miranda, merece morrer pelo sofrimento que lhe está a causar com a sua infidelidade, afirma, sem peias, que não só aprova a ideia como está disposta a ajudá-lo.
 
E assim, no primeiro capítulo, estão lançados os dados de um thriller bem construído.
 
Os capítulos são narrados de diferentes pontos de vista. Cedo percebemos que os narradores são pessoas funcionais mas imorais, o que os compele a sentirem-se no centro de tudo e a tomarem decisões motivadas por orgulho ferido e/ou egos inflamados - uma galeria digna de um livro de psicologia.
 
Aqueles que merecem morrer é um livro com um enredo muito envolvente, fértil em reviravoltas que nos mantêm cativados; o final é a proverbial cereja no topo do bolo. Há situações um pouco rebuscadas, mas se nos deixarmos ir, somos presenteados com umas horas de bom entretenimento.
 
Peter Swanson é um nome a reter - conto ler outros títulos dele. 

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(muito bom)