29 de setembro de 2019

In a dark, dark wood


Autor: Ruth Ware
Género: Thriller
Idioma: Inglês
Páginas: 339
Editora: Vintage Digital (Kindle)
Ano: 2015

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«And in the dark, dark house there was a dark, dark room...»

Este é o segundo livro que leio de Ruth Ware e mais uma vez não me convenceu. 

À semelhança do primeiro que li, The woman in cabin 10, foi a sinopse que me atraiu mas no final fiquei desiludida. 

A história deste thriller: Lenora (Nora) Shaw é convidada para a despedida de solteira de Clare, que já não vê há anos, nomeadamente desde o liceu, quando andavam sempre juntas. Quem está a organizar tudo é Flo, a (actual) melhor amiga de Clare, sendo o cenário uma casa de campo isolada. Lenora acede a ir porque uma outra amiga comum também vai, mas rapidamente se arrepende. E à medida que o desconforto aumenta com algumas perguntas incómodas acerca dos tempos do liceu e Flo revela que actividades planeou para o fim de semana, Nora percebe que quer ir-se embora antes de tempo.

Mas algo inesperado acontece e Nora acorda numa cama de hospital, amnésica... até se lembrar que alguém morreu na noite em que decidiu partir. E a polícia que a veio interrogar espera respostas...

Já li thrillers muito bons - é dos meus géneros de eleição -; este não fica na memória.
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(mediano/razoável)

6 de setembro de 2019

Becoming




Autor: Michelle Obama
Género: Biografia
Idioma: Inglês
Duração: 19h e 3m
Editora: Random House Audio (Audible)
Ano: 2018


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Habitualmente não leio biografias, não por aversão ou por não gostar, mas porque há sempre outros livros que me prendem mais a atenção.

Mas das poucas que li até hoje, a maioria foi de mulheres (Mata-Hari, Isabel I, Elizabeth Báthory, Anne Frank), figuras que se destacaram pela sua força de carácter e por romperem barreiras sociais/políticas/de género.
Michelle Obama é obviamente uma figura mais pequena - não necessariamente menor - ao lado das figuras históricas acima mencionadas mas a sua postura como Primeira-Dama dos Estados Unidos ganhou-lhe o respeito e reconhecimento de milhões de pessoas em todo o mundo, e cimentou-a como exemplo para todos.

Becoming é o seu testemunho, num discurso simples e articulado, um relato na 1.ª pessoa de uma menina que cresceu em Chicago, no seio de uma família humilde, cujos pais sempre incentivaram a estudar, a ser uma boa cidadã e a trabalhar para alcançar a estabilidade. O objectivo nunca foi a fama, foi a de ter uma vida melhor do que a deles - algo universal para todos os pais.

Pela voz Michelle Obama, vamos assistindo a vários episódios onde familiares e amigos se juntam para educarem os filhos (negros) para uma nova sociedade, mais aberta à diferença mas não necessariamente mais justa para as pessoas de cor. Mas Michelle chega a Princeton, a uma sociedade de advogados e vê-se na Casa Branca após décadas de dedicação dos seus pais em providenciar-lhe uma vida digna.

Segundo ela, nunca quis a ribalta nem a vida política mas quando casou com Barack Obama e percebeu que ele queria fazer a diferença através do poder executivo e legislativo, e acreditando nos valores e missão de um idealista, acabou por aceitar e juntar-se à luta para o alcançar, movida pelo amor. A sua única condição foi de que as filhas tivessem uma vida o mais normal possível. 

Ouvir o livro pela voz da autora foi um bónus, onde percebemos a entoação mais emocional de algumas cenas. Por outro lado, ocorreu-me de vez em quando quantas daquelas palavras não teriam sido escritas pelo ghost writer e quanto de Michelle Obama haveria efectivamente no livro. Também me ocorreu quanto foi omitido para manter a aura de  respeitabilidade do casal mas menos não se pode esperar de uma biografia oficial; o mundo da política não permite ver o mundo com lentes cor-de-rosa.

A forma como Barack é retratado é como se de um super-herói se tratasse, o que não admira visto que Michelle menciona várias vezes o amor que sente por ele e como o admira como pai e marido. A mãe de Michelle é um pilar de força e tem uma justa homenagem - este livro é sobretudo um tributo a ela e ao marido (que morreu há vários anos, depois de anos a lutar contra a esclerose múltipla).

No final, comprova-se a imagem que se tem de Michelle Obama: uma personalidade séria, uma pessoa digna e respeitável que procurou ser activa no seu papel como Primeira-Dama, não querendo ofuscar o marido mas não querendo ser apenas um bibelot, usando o seu carisma, beleza e inteligência como armas e canalizando-as para servir os cidadãos. 

A sua paixão por uma vida saudável e pela educação ajudaram milhares de americanos a melhorarem a sua situação a partir de programas criados na era da presidência Obama, e os Obama foram sem dúvida um casal que usou a sua posição para fazer o bem a muitos, algo que percebemos melhor agora com o ocupante actual da presidência dos EUA.

No final das 19 horas de escuta, fica a sensação de ter conhecido uma mulher forte, com um sólido sistema de valores, que alcançou o cume através do trabalho e que fez o melhor que pôde (e foi muito). Michelle Obama é uma inspiração e uma mulher muito equilibrada, rara na sua ponderação e bom senso. Infelizmente, diz que nunca se candidatará à Casa Branca, o que é pena; os EUA só teriam a lucrar se os Obama voltassem a ocupá-la. 
«I was humbled and excited to be First Lady, but not for one second did I think I'd be sliding into some glamorous, easy role. Nobody who has the words 'first' and 'black' attached to them ever would. I stood at the foot of the mountain, knowing I'd need to climb my way into favor.»
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(muito bom)