ISBN: 978-9-7269-5928-1
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Antonio Skármeta é o autor do livro que originou o filme O Carteiro de Pablo Neruda. Este é o primeiro livro que leio dele.
Um pai de filme não é um romance, assemelha-se mais a um conto (apenas 86 páginas). A acção divide-se entre Contulmo e Angol, pequenas localidades no sul chileno.
É em Contulmo que vive o professor Jacques com a mãe. A vida de ambos é passiva e está amargamente marcada pela ausência do pai de Jacques, que decidiu partir no dia em que o filho retornou da universidade. A mãe, deprimida desde que o marido abalou, não sonha com nada, trabalha incansavelmente como lavadeira e cuida do filho com canja e afagos.
Jacques é jovem, adora ler e sonha com o amor e com o sexo. Tem no padeiro da aldeia o seu único confidente e amigo. Como muitos homens de Contulmo, ambos planeiam e anseiam pela ida a Angol, onde à distância de uma viagem de comboio, ficam o cinema e o bordel, prazeres raros e dispendiosos.
«Teresa tem 17 anos e Elena 19. Eu, vinte e um. Aqui somos todos muito decentes. (...) Mas, de cada vez que vão a Santiago, compram vestidos com decotes profundos e jeans que a elas lhes comprimem as ancas e a mim o ar.»
O livro tem frases muito lúcidas e uma linha de pensamento fácil de acompanhar. Pelos cinco sentidos de Jacques, seguimos a descoberta do amor e do sexo, mas também a angústia existencial de um jovem que não compreende porque foi abandonado.
Um pai de filme está dividido em 25 curtos capítulos, de uma discreta ternura e beleza poética, onde se fala de afectos, do amor, da inocência e do peso da responsabilidade.
É tão bom quanto é breve.
Um pai de filme não é um romance, assemelha-se mais a um conto (apenas 86 páginas). A acção divide-se entre Contulmo e Angol, pequenas localidades no sul chileno.
É em Contulmo que vive o professor Jacques com a mãe. A vida de ambos é passiva e está amargamente marcada pela ausência do pai de Jacques, que decidiu partir no dia em que o filho retornou da universidade. A mãe, deprimida desde que o marido abalou, não sonha com nada, trabalha incansavelmente como lavadeira e cuida do filho com canja e afagos.
Jacques é jovem, adora ler e sonha com o amor e com o sexo. Tem no padeiro da aldeia o seu único confidente e amigo. Como muitos homens de Contulmo, ambos planeiam e anseiam pela ida a Angol, onde à distância de uma viagem de comboio, ficam o cinema e o bordel, prazeres raros e dispendiosos.
«Teresa tem 17 anos e Elena 19. Eu, vinte e um. Aqui somos todos muito decentes. (...) Mas, de cada vez que vão a Santiago, compram vestidos com decotes profundos e jeans que a elas lhes comprimem as ancas e a mim o ar.»
O livro tem frases muito lúcidas e uma linha de pensamento fácil de acompanhar. Pelos cinco sentidos de Jacques, seguimos a descoberta do amor e do sexo, mas também a angústia existencial de um jovem que não compreende porque foi abandonado.
Um pai de filme está dividido em 25 curtos capítulos, de uma discreta ternura e beleza poética, onde se fala de afectos, do amor, da inocência e do peso da responsabilidade.
É tão bom quanto é breve.
avaliação: **** (bom)
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