Autor: Carson McCullers
Género: Literatura Americana
Idioma: Português
Páginas: 80
Editora: Editorial Presença
Colecção: Obras Literárias Escolhidas
Género: Literatura Americana
Idioma: Português
Páginas: 80
Editora: Editorial Presença
Colecção: Obras Literárias Escolhidas
ISBN: 978-97-2414356-9
Título original: The ballad of the sad cafe
Tradução: José Guardado Moreira
Título original: The ballad of the sad cafe
Tradução: José Guardado Moreira
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Carson McCullers é um dos expoentes máximos do género literário southern gothic, caracterizado por histórias que se passam sempre nos estados americanos mais a sul do território, com personagens de carácter duvidoso em cenários pobres e violentos.
Publicado em 1951, A balada do café triste é uma das obras maiores da autora, falecida aos 50 anos de idade, em 1967. Conta a história de Miss Amélia Evans, uma mulher dura e seca, a mais rica da pequena povoação onde vive, Forks Falls, famosa por ser implacável nos negócios e trabalhar sem descanso.
Miss Amélia é grande de porte e masculina de modos, não dá confiança a ninguém. Todos lidam com ela o mínimo necessário mas respeitam-na: tem a única mercearia num raio de quilómetros, conhecimentos de medicina (os habitantes entregam-se aos seus cuidados sem hesitar) e destila o melhor álcool da região.
Miss Amélia casou-se uma única vez, com o homem mais bonito e sem escrúpulos de Forks, Marvin Macy, que tenta seduzi-la sem sucesso (o casamento dura 10 dias). Ela expulsa-o de casa e Macy deixa a povoação jurando vingança.
A vida decorre sem sobressaltos e as pessoas vivem para o trabalho e pouco mais. Até que um dia, um anão corcunda, Lymon Willis, aparece na rua principal e à porta de Amélia, trazendo uma fotografia amarelada e alegando ser um parente. Para espanto geral, a mulher acolhe-o e, juntos, transformam a mercearia num café, um estabelecimento que vai trazer outra vida e cor a Forks Falls, reunindo famílias e forasteiros. Os anos passam e Amélia parece outra, feliz e mais feminina (diz-se que pelo amor que nutre pelo anão).
A balada do café triste (excerto aqui) é uma história atmosférica e cheia de folclore, onde não falta melancolia. Carson McCullers escreve sobre a solidão e a exclusão de uma forma poética e real. As suas personagens são marcantes e estão longe de ser heróicas, mas torna-se apaixonante seguir-lhes o percurso.
Este pequeno livro é uma boa introdução ao seu trabalho. Fiquei cativada e planeio ler a sua obra maior, O coração é um caçador solitário, assim que possível.
Publicado em 1951, A balada do café triste é uma das obras maiores da autora, falecida aos 50 anos de idade, em 1967. Conta a história de Miss Amélia Evans, uma mulher dura e seca, a mais rica da pequena povoação onde vive, Forks Falls, famosa por ser implacável nos negócios e trabalhar sem descanso.
Miss Amélia é grande de porte e masculina de modos, não dá confiança a ninguém. Todos lidam com ela o mínimo necessário mas respeitam-na: tem a única mercearia num raio de quilómetros, conhecimentos de medicina (os habitantes entregam-se aos seus cuidados sem hesitar) e destila o melhor álcool da região.
«O álcool de Miss Amélia é uma coisa à parte. É puro e queima na língua, mas, quando desce, faz efeito durante muito tempo. Mas não é tudo. É sabido que, se uma mensagem é escrita com sumo de limão numa folha de papel branco, não se vê. Mas se o papel for aproximado do fogo, então as letras aparecem castanhas e o significado torna-se claro. Imagine-se que o whisky é o fogo, que a mensagem apenas é conhecida pela alma do próprio - é assim que o valor do álcool de Miss Amélia pode ser avaliado.»
Miss Amélia casou-se uma única vez, com o homem mais bonito e sem escrúpulos de Forks, Marvin Macy, que tenta seduzi-la sem sucesso (o casamento dura 10 dias). Ela expulsa-o de casa e Macy deixa a povoação jurando vingança.
A vida decorre sem sobressaltos e as pessoas vivem para o trabalho e pouco mais. Até que um dia, um anão corcunda, Lymon Willis, aparece na rua principal e à porta de Amélia, trazendo uma fotografia amarelada e alegando ser um parente. Para espanto geral, a mulher acolhe-o e, juntos, transformam a mercearia num café, um estabelecimento que vai trazer outra vida e cor a Forks Falls, reunindo famílias e forasteiros. Os anos passam e Amélia parece outra, feliz e mais feminina (diz-se que pelo amor que nutre pelo anão).
«As pessoas da terra sentiam (...) orgulho ao sentarem-se no café. Lavavam-se e limpavam as solas das botas antes de entrarem. Aí, pelo menos durante algum tempo, o amargo sentimento de não se valer nada neste mundo quase desaparecia.»Os anos passam ligeiros, até ao dia em que Marvin Macy aparece no bar, decidido a arruinar a vida da ex-mulher. O que se segue é um confronto surpreendente, assente num triângulo amoroso onde ninguém é correspondido e que vai mudar, para sempre e de uma forma trágica, a vida de todos.
A balada do café triste (excerto aqui) é uma história atmosférica e cheia de folclore, onde não falta melancolia. Carson McCullers escreve sobre a solidão e a exclusão de uma forma poética e real. As suas personagens são marcantes e estão longe de ser heróicas, mas torna-se apaixonante seguir-lhes o percurso.
Este pequeno livro é uma boa introdução ao seu trabalho. Fiquei cativada e planeio ler a sua obra maior, O coração é um caçador solitário, assim que possível.
****
(bom)
2 comentários:
Olá,
Um livro a ler se surgir a oportunidade :)
Bjs
Sem dúvida. Até tem um anão bem velhaco! ;)
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