domingo, setembro 20, 2020

Untamed


Autor: Glennon Doyle
Género: Não Ficção
Idioma: Inglês
Duração: 8h e 22m
Editora: Random House Audio (Audible)
Ano: 2020
  
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Nunca tinha ouvido falar de Glennon Doyle até o algoritmo do Audible me recomendar Untamed
 
Enquanto ouvia o audiolivro, narrado pela própria, vim a saber que este é o terceiro livro da autora, cujo estilo é de publicar um livro a contar um período marcante da sua vida: Carry on, warrior (2013) reunia os posts mais populares do blog de Doyle (momastery.com) e a sua luta com o alcoolismo e a bulimia; e Love warrior (2016) fez parte da selecção de leituras do Oprah’s Book Club e focou-se no casamento da autora e nas infidelidades do marido.
 
Em Untamed (2020), Glennon Doyle fala sobre o fim do seu casamento (heterossexual) e a sua nova relação, com uma mulher, a ex-futebolista e medalhada olímpica, com quem casou em 2017. Juntas, partilham a educação dos três filhos de Doyle e os desafios dos primeiros anos de um casamento homossexual que gerou alguma publicidade.

Não sei se foi assim com os três livros mas em dois deles o estilo de escrita assemelha-se a posts, com capítulos curtos e subordinados a um tema e/ou ideia ("goals", "mirrors", "memos", "boys", "permission slips" são os títulos de alguns dos capítulos), sem obedecer a uma cronologia. A leitura é rápida e muito acessível a quem não esteja familiarizado com a realidade americana. A autora fala da história de amor com a esposa, de como é criar adolescentes nos dias de hoje, da sua espiritualidade, da relação com os pais e o seu ex-marido.
O tom é directo e sem reticências, como deve ser. Afinal, esta é a sua história.

Há observações lúcidas, comentários egoístas, elogios generosos a outros escritores. Untamed é um bom livro e, pela sua frontalidade, pode ser útil a várias mulheres e, quiçá, ser um catalisador de mudança. No final, mesmo com os muitos clichés, vale a pena.
 
Ouvi o livro duas vezes. À primeira audição, o livro pareceu-me mais leve e humorístico.
This life is mine alone. So I have stopped asking people for directions to places they’ve never been.”
Fica a sensação de que somos conduzidos por uma escritora extremamente à vontade dentro do género e que sabe adaptar o discurso e as ideias à era em que vive. Mas há um tom subjacente de livro de auto-ajuda que o torna menos autêntico e que me impediu de o considerar mais do que aquilo que pretende ser.
 
Untamed mostra uma mulher divertida, com sentido de humor e bons alicerces familiares, disposta a assumir as suas escolhas sem peias. Mostra ainda uma mulher egocêntrica, inconstante e que minimiza os conselhos que deu no passado.

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(bom)

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