Autor: Franz Kafka
Género: Ficção
Idioma: Português
Páginas: 96
Editora: BIS
Género: Ficção
Idioma: Português
Páginas: 96
Editora: BIS
ISBN: 978-98-9660306-9
Título original: Die Verwandlung
Título original: Die Verwandlung
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Apesar de imensamente referenciado na literatura, nunca tinha lido Kafka, um dos escritores mais influentes do século XX (shame on me). Admito que nunca tinha procurado nada do autor e até hoje o universo nunca se tinha alinhado para que o lesse.
Até que há uns dias, houve alinhamento e, enquanto dava uma olhadela pelas lombadas de uma das estantes da biblioteca municipal, reparei e peguei n'A Metamorfose; gostei da capa, avaliei a fineza (não chega a uma centena de páginas) e li a menção de que, escrita em 1912, é a obra kafkiana mais lida e estudada; veio comigo para casa.
«Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.»
Assim do nada, o jovem Gregor desperta um dia transformado num gigantesco insecto. Gregor vive em casa com os pais, a irmã mais nova e duas criadas. Caixeiro-viajante, é o único que trabalha e sustenta o agregado; a sua primeira preocupação ao ver-se com múltiplas perninhas e carapaça é a de que como vai fazer para se levantar, vestir e apanhar o comboio para o trabalho.
À medida que os minutos passam e a casa se anima com ruídos familiares, Gregor vai entrando em pânico com a falha da rotina e a perspectiva de o verem assim... o que acaba por acontecer e desembocar numa série de situações surreais q.b., fazendo-nos alternar entre a surpresa, a incredulidade e a raiva.
Pessoalmente, o que me ficou d'A Metamorfose é uma mensagem de alienação, tristeza e opressão. A família de Gregor não se importa realmente com ele e conforma-se com a situação do filho (e irmão) à velocidade da luz. A sua preocupação é garantir que o dinheiro não pára de entrar e quando percebem que conseguem sobreviver sem o rendimento auferido por Gregor, rapidamente deixam de providenciar pelo seu conforto e bem-estar. A figura do pai é austera e emocionalmente ausente, a da mãe é psicologicamente frágil com laivos de histeria e a da irmã de 16 anos é egoísta.
Até que há uns dias, houve alinhamento e, enquanto dava uma olhadela pelas lombadas de uma das estantes da biblioteca municipal, reparei e peguei n'A Metamorfose; gostei da capa, avaliei a fineza (não chega a uma centena de páginas) e li a menção de que, escrita em 1912, é a obra kafkiana mais lida e estudada; veio comigo para casa.
«Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.»
Assim do nada, o jovem Gregor desperta um dia transformado num gigantesco insecto. Gregor vive em casa com os pais, a irmã mais nova e duas criadas. Caixeiro-viajante, é o único que trabalha e sustenta o agregado; a sua primeira preocupação ao ver-se com múltiplas perninhas e carapaça é a de que como vai fazer para se levantar, vestir e apanhar o comboio para o trabalho.
À medida que os minutos passam e a casa se anima com ruídos familiares, Gregor vai entrando em pânico com a falha da rotina e a perspectiva de o verem assim... o que acaba por acontecer e desembocar numa série de situações surreais q.b., fazendo-nos alternar entre a surpresa, a incredulidade e a raiva.
Pessoalmente, o que me ficou d'A Metamorfose é uma mensagem de alienação, tristeza e opressão. A família de Gregor não se importa realmente com ele e conforma-se com a situação do filho (e irmão) à velocidade da luz. A sua preocupação é garantir que o dinheiro não pára de entrar e quando percebem que conseguem sobreviver sem o rendimento auferido por Gregor, rapidamente deixam de providenciar pelo seu conforto e bem-estar. A figura do pai é austera e emocionalmente ausente, a da mãe é psicologicamente frágil com laivos de histeria e a da irmã de 16 anos é egoísta.
Descartado e descartável, a Gregor resta rastejar como o insecto em que se tornou e desaparecer das vidas daqueles que rapidamente o secundarizam e viram os olhos para um futuro onde o primogénito já não figura. Tendo em conta a ideia que tinha de Kafka e uma leitura de uma breve biografia, o final não poderia ser outro.
Na minha opinião, este é um livro que se lê rapidamente e se apreende com vagar. Li-o a uma velocidade bastante superior àquela a que o estou, ainda, a deglutir, pois é uma leitura que dá que pensar: sobre as relações familiares, sobre a alienação e sobre a indiferença e o egoísmo; é território denso e nem sempre confortável.
Um dia destes voltarei a Kafka. Fiquei impressionada pelo mundo de questões que colocou num livro tão pequeno.
avaliação: **** (bom)
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