Género: Romance
Idioma: Inglês
Páginas: 320
Editora: Vintage (ebook)
Ano: 2012
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Publicada em 1947, A Peste é
considerada uma das obras mais notáveis de Albert Camus, Nobel da Literatura de 1957. O livro tem sido muito mencionado desde que o mundo entrou em "quarentena covid" e parece ter-se tornado leitura obrigatória.
A acção d'A Peste passa-se em Orão, na Algéria sob domínio francês, onde as vidas dos habitantes são controladas «pelos seus hábitos, as rotinas de trabalho, idas a restaurantes e cinemas, casos amorosos superficiais».
Quando de um dia para o outro, começam a ver-se alguns ratos mortos pelas ruas, a vida continua sem sobressaltos. Quando os ratos começam a morrer às centenas, o que obriga à recolha visível e cremação dos cadáveres, o facto é noticiado ainda sem grande alarido. Quando começam a surgir as primeiras mortes entre a população, as autoridades estão reticentes em adoptar medidas extremas.
«Everybody knows that pestilences have a way of recurring in the world; yet somehow we find it hard to believe in ones that crash down on our heads from a blue sky. There have been as many plagues as wars in history; yet always plagues and wars take people equally by surprise.»
Devido ao elevado número de mortes, os funerais começam a ser feitos sem cerimónia. Eventualmente, torna-se necessário enterrar as vítimas em valas comuns. Quando não há mais espaço no cemitério, as autoridades começam a cremar os corpos.
Vários meses se passam até se voltar à normalidade.
Até lá, a população tem de lidar com o isolamento, a privação, o desaparecimento de entes queridos, a mortalidade iminente. Há saques, contrabando, escapes hedonistas. Há esperança, amizade, superação, numa história que é densa e fortemente filosófica. Os temas são actuais e a semelhança com o que se passa presentemente é arrepiante. É uma grande narrativa.
Não é um livro perfeito. Pessoalmente, creio que é demasiado longo; teria lucrado com o corte de alguns capítulos. Há muita repetição e algumas situações parecem acessórias, sendo inicialmente muito desenvolvidas e concluídas sumariamente. Há somente um par de personagens femininas (e são secundárias).
No final, relembra-se que uma pandemia está sempre iminente - apenas adormecida -, e o ser humano nada pode fazer para o impedir. É um facto que não podemos negar, somos disso testemunhas; o mundo não será o mesmo depois disto.
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(muito bom)
2 comentários:
boas críticas...
Obrigada, Luís; boas leituras!
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