domingo, fevereiro 06, 2022

Immortelle

 

Autor: Catherine McCarthy
Género: Terror
Idioma: Inglês
Páginas: 95
Editora: Off Limits Press (Kindle)
 Ano: 2021

---

Immortelle apareceu em várias listas de sugestões de leitura. A autora, Catherine McCarthy, tem, ao longo dos anos, publicado contos e poemas; esta é a sua primeira incursão num formato mais longo.

A acção da história passa-se numa pequena localidade galesa, no século 19. Elinor é uma ceramista com uma ligação profunda às crenças pagãs da avó; é ainda uma mãe a fazer o luto da morte prematura da filha, Rowena. A polícia acredita que foi um acidente, Elinor suspeita de algo bem mais sombrio.

Para homenagear e tentar comunicar com a filha, Elinor começa a moldar uma "immortelle", uma peça de decoração fúnebre, para a campa de Rowena, algo que Elinor acredita ajudar a manter uma ligação entre o defunto e a família.

É assim que, trabalhando o barro e
nquanto recorda momentos da breve vida de Rowena, Elinor começa a conjecturar sobre o que poderá ter acontecido.  

A "immortelle", depois de concluída, atrai atenção de outras pessoas e Elinor começa a ser solicitada para fazer mais peças. Entretanto, aqui, a história já começou a ganhar contornos sobrenaturais, e somos envolvidos no misticismo galês, embalados pela arte de Elinor, e pelo simbolismo dos objectos criados.

Desde  o início que sabemos quem é o culpado. Está na sinopse do livro. Ao ler Immortelle, é-nos revelado o motivo e as circunstâncias. A escrita é poética e extremamente graciosa. O final chega sem surpresas.  

Gostaria que um par de cenas finais tivessem sido mais desenvolvidas, pois acho que a sua brevidade lhes tirou impacto emocional. Mas consigo compreender que a intenção da autora tenha sido de colocar o foco na relação mãe-filha, e no processo de lidar e aceitar a perda. Gostei muito dos capítulos iniciais narrados por Rowena, antes de Elinor passar a ser a única narradora.

Immortelle é uma história atmosférica, com tons sobrenaturais, um crepitar lento de terror folclórico - um bom exemplo de quiet horror. No início do livro, há um pequeno glossário com palavras galesas, para percebermos todos os termos utilizados na história.

«She slides from the workshop to the floor, a weightless sparrow, and I realize I have achieved very little this evening. Now she knows about the ghost of my mother, but I am no closer to unraveling her worries. Before I can turn down the lamps, she disappears, like some dark-haired pwca, and I am left to trace her footprints in the frost

****
(bom)