Autor: Khaled Hosseini
Género: Romance
Idioma: Inglês
Páginas: 419
Editora: Bloomsbury
Ano: 2008
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Em conversa com uma amiga, os livros de Khaled Hosseini vieram à baila. Ela leu três, foi muito elogiosa em relação a todos; eu tenho The kite runner mas ainda não o li.
Passados uns dias, A thousand splendid suns aterrava cá em casa, emprestado entusiasticamente, com a indicação de que deveria ter prioridade sobre todas as outras leituras - e, nem de propósito!, com o período do Natal e Ano Novo a aproximar-se, «lê-se num instantinho».
«Learn this now and learn it well. Like a compass facing north, a man’s accusing finger always finds a woman. Always.»É verdade, A thousand splendid suns lê-se bem, é interessante, mas não é o género de história que eu devore (ou talvez tenha sido a forma como foi escrito), por isso levei mais tempo do que o esperado.
O cenário é o Afeganistão. Em meados dos anos 70, conhecemos a nossa primeira protagonista, Mariam, bastarda (harami) de uma serviçal e do dono da casa. Envergonhado pelo seu impulso, Jalil, homem de negócios, convence a mãe de Mariam a mudar-se para a periferia de Herat, onde as visita todas as quintas-feiras. Mesmo vivendo isoladas e de forma muito humilde, a jovem Mariam nunca esquece a sua posição de harami - e a mãe não a deixa esquecer. Mas a luz dos seus olhos é o pai, e Mariam vive para as suas visitas breves, onde ele a leva a pescar ou conversa com ela, trazendo por vezes pequenos presentes, que Mariam recebe como se fossem jóias. Quando ele se vai embora, Mariam volta à rotina cinzenta e à contagem decrescente até à próxima quinta-feira.
Mariam cresce nos "anos dourados" do Afeganistão, embora seja vítima de um casamento combinado com um homem décadas mais velho e viva sob o seu controlo. Nos anos 90, com os Talibã no poder, aumenta a violência, o fundamentalismo, a fome e as mortes. A casa de Mariam recebe uma terceira habitante, Laila, a nossa outra protagonista, e as duas formam uma amizade fraternal, apesar das enormes diferenças e dos desafios, aumentados depois do 11 de Setembro, quando os EUA declaram guerra ao Afeganistão e se inicia a caça a Osama bin Laden.
Juntas, Mariam e Laila tentam sobreviver, apesar da sua condição menor aos olhos da sociedade e de um ambiente familiar tóxico. O relato dos seus dias não é uma leitura leve, e é especialmente difícil de ler por uma ocidental, criada num sistema onde os direitos mais fundamentais são assegurados sem pestanejar. É também uma história triste, com passagens de esperança e um final feliz q.b.
Pessoalmente, não achei o livro tão lírico como publicitado, apesar de o ter lido na língua em que o autor o escreveu - tem passagens evocativas mas são breves. Das duas personagens principais, achei Mariam mais interessante e com uma história muito mais rica. Confesso que à medida que a personagem de Laila foi ganhando mais destaque, o meu ritmo de leitura abrandou. Também gostaria que a relação entre as duas mulheres tivesse sido mais descrita, em vez de relatada em alguns parágrafos. Mas A thousand splendid suns é um bom livro, bem conseguido, que deve ser lido, pois é um testemunho das privações que assolaram o povo afegão e da forma errada como o Islamismo foi/é usado para calar e oprimir.
Vou devolver o livro com um sorriso; gostaria de ler os restantes livros de Khaled Hosseini.
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(bom)
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