Idioma: Português
Páginas: 160
Editora: A Seita
Ano: 2022
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Pele de Homem foi uma prenda, uma bela prenda!
A história passa-se na Itália renascentista: Bianca é uma donzela que pertence a uma família abastada com um casamento arranjado pelos pais. O noivo chama-se Giovanni; os dois nunca se conheceram.
Mas há muitas mais coisas que Bianca desconhece, e isso é motivo de angústia. Tudo muda quando a madrinha lhe revela um segredo de família reservado às mulheres: possuem um tesouro, uma “pele de homem” que lhes permite transformarem-se num... homem.
Com ela e nela, Bianca «irá descobrir o mundo
masculino fechado às mulheres da época, e na busca de conhecer aquele
que lhe está prometido como marido, irá também descobrir o amor entre
homens, bem como o seu desejo como mulher, e todas as alegrias,
frustrações e tristezas que esse amor e esse desejo podem trazer». E essas descobertas cimentam um desejo de emancipação que Bianca simplesmente não quer refrear.
«Nós, as mulheres da nossa família, temos um grande segredo. Possuímos uma pele de homem. Chamamos-lhe Lorenzo. Uma vez vestida, ninguém duvidará de que és um rapaz.»
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Pele de Homem surpreendeu-me. Conseguiu retratar temas como a condição feminina, o fervor religioso, e a sexualidade de uma forma fresca e delicada, mantendo a importância dos valores universais ligados às liberdades (religiosa, expressão, imagem, pensamento).
As 160 páginas não se prestam a uma leitura de enfiada; é preciso degustar a obra. Percebi que assim, a cada serão de leitura, além de me lembrar exactamente do que se tinha passado antes, e segundo a divisão por capítulos, mergulhava com gosto renovado nas aventuras de Bianca/Lorenzo e Giovanni.
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Pele de Homem é um livro fenonenal, que me encantou, e quando o acabei de ler, comecei a procurar por outros livros dos autores.
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A obra venceu o Grande Prémio RTL de BD, o Prémio de BD do jornal Le Point, o Prémio Landerneau
2020, o Grande prémio ACBD da crítica de BD francófona, o Prémio das
Livrarias de BD, e o Prémio dos Jovens no Festival de Angoulême.
Pele de Homem é uma pepita visual e uma narrativa com uma mensagem intemporal. Não tenho dúvidas de que se tornará um clássico.
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(fenomenal)