Autor: Riley Sager
Género: Thriller
Idioma: Inglês
Páginas: 384
Editora: Dutton (Kindle)
Ano: 2020
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Riley Sager é um dos autores mais lidos nos últimos anos e os seus livros são aguardados com expectativa.
Ajuda que a sua escrita seja visual e cinematográfica. Não é uma preferência universal, mas resulta muito bem.
A juntar a isso, os seus livros têm, nas palavras do próprio, sido influenciados por filmes-culto como Rosemary's baby, The Shining ou Halloween. Em Home before dark, há uns pós de Amityville e Hauting of Hill House, que exploram o tema de casas assombradas (há, ainda, a utilização inesperada de uma música do clássico Música no Coração, que nunca mais vamos lembrar da mesma forma).
Vamos lá à história.
Há 25 anos atrás, Ewan Holt mudou-se com a mulher e a filha para Baneberry Hall, uma velha mansão em Vermont, um estado rural e verdejante. Ewan aspira a ser um escritor de sucesso e ver-se a morar numa mansão rodeada de floresta, onde a filha pode crescer a brincar no meio da natureza. É um sonho... e uma fonte de inspiração. Além disso, o preço da mansão é inacreditável, uma oportunidade única que os Holt não querem deixar escapar, mesmo que signifique o gasto das suas poupanças.
Mas Baneberry Hall tem um passado pesado, envolto em superstição e morte. Ewan é pragmático e acha que isso dá carácter à casa e só poderá valorizar o imóvel. Porém, em três semanas os Holt abandonam a casa com a roupa que têm no corpo, jurando não mais voltar.
Quando a imprensa local publica a história de como Baneberry Hall é assombrada, uma editora propõe aos Holt a publicação de um livro. Ewan escreve "House of Horrors", um best-seller imediato que sela a fama de Baneberry Hall.
25 anos passados, Maggie Holt volta à mansão após herdá-la do pai. A ideia é renovar e vender com o maior lucro possível. Apesar de odiar o peso que o livro que o pai escreveu teve na sua vida, Maggie, que não acredita no paranormal, está decidida a ser prática e a tirar o melhor partido da situação.
Tinha 5 anos na altura que o pai escreveu o livro e não se lembra de nada do que está relatado acerca das "manifestações sobrenaturais", mas cresceu na sombra do mesmo, importunada por fãs mórbidos e marginalizada por conhecidos e colegas. Considera "House of Horrors" um chorrilho de mentiras refinado pelo pai para o consumo de papalvos simplórios e o ressentimento por ele ter colocado toda a família na berlinda nunca desapareceu.
Quando se muda para a Baneberry Hall, a ideia é passar lá uns meses, pô-la à venda e continuar a sua vida, mas o peso que o livro do pai teve na cidade e nos seus habitantes (vários aparecem para visitar Maggie assim que ela se muda) e alguns episódios que sucedem a partir da primeira noite, obrigam Maggie a repensar o seu plano e as suas ideias do paranormal... e da natureza humana.
Um dos pontos fracos de Home before dark é o tema pouco original. Isso e o facto de não ser nada assustador. O ponto forte é a narração.
O livro alterna entre duas vozes: a de Maggie Holt (presente) e a do pai, Ewan Holt (passado). A tendência de narrativas paralelas veio para ficar, mas nem sempre resulta. Já Riley Sager gere o intervalo de 25 anos soberbamente, com as transições muito bem feitas e as vozes das personagens impossíveis de confundir (confusão que aconteceu com The Sun Down Motel, que usa a mesma forma de narração).
Tinha 5 anos na altura que o pai escreveu o livro e não se lembra de nada do que está relatado acerca das "manifestações sobrenaturais", mas cresceu na sombra do mesmo, importunada por fãs mórbidos e marginalizada por conhecidos e colegas. Considera "House of Horrors" um chorrilho de mentiras refinado pelo pai para o consumo de papalvos simplórios e o ressentimento por ele ter colocado toda a família na berlinda nunca desapareceu.
Quando se muda para a Baneberry Hall, a ideia é passar lá uns meses, pô-la à venda e continuar a sua vida, mas o peso que o livro do pai teve na cidade e nos seus habitantes (vários aparecem para visitar Maggie assim que ela se muda) e alguns episódios que sucedem a partir da primeira noite, obrigam Maggie a repensar o seu plano e as suas ideias do paranormal... e da natureza humana.
Um dos pontos fracos de Home before dark é o tema pouco original. Isso e o facto de não ser nada assustador. O ponto forte é a narração.
O livro alterna entre duas vozes: a de Maggie Holt (presente) e a do pai, Ewan Holt (passado). A tendência de narrativas paralelas veio para ficar, mas nem sempre resulta. Já Riley Sager gere o intervalo de 25 anos soberbamente, com as transições muito bem feitas e as vozes das personagens impossíveis de confundir (confusão que aconteceu com The Sun Down Motel, que usa a mesma forma de narração).
Os capítulos finais estão bem escritos, com algumas revelações mais ou menos surpreendentes. Mas o autor consegue atar todas as pontas soltas e fazer um duplo empranchado, com uma saída em beleza. Falha em outros aspectos: não há arrepios e o tema das casas assombradas é demasiado batido para trazer algo de novo, especialmente se já somos conhecedores do género - como os inúmeros parágrafos onde se descrevem barulhos invulgares e portas que rangem; que resultam menos bem no género escrito.
Não é o melhor livro que li do autor. Riley Sager continua um dos meus autores favoritos no género, mas este foi o livro dele que menos gostei até agora.
Não é o melhor livro que li do autor. Riley Sager continua um dos meus autores favoritos no género, mas este foi o livro dele que menos gostei até agora.
****
(bom)
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