sexta-feira, fevereiro 12, 2021

One to watch


Autor: Kate Stayman-London
Género: Romance
Idioma: Inglês
Páginas: 216
Editora: Dial Press (e-book)
Ano: 2020

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One to watch marca a estreia literária de Kate Stayman-London, escritora e estratega política - trabalhou na campanha de Hillary Clinton em 2016. 

One to watch não tem qualquer mensagem política, é puro chick lit
 
A primeira vez que ouvi falar neste livro, a ideia pareceu-me interessante: Bea, uma blogger de moda "plus size" (tamanho 16 nos EUA = tamanho 48 na Europa) é convidada para ser a "bacherolette/solteira cobiçada" num reality show de encontros amorosos chamado Main Squeeze. Vários homens solteiros vão disputar a sua atenção e tentar conquistá-la; no fim, restarão apenas 2, um dos quais lhe poderá fazer uma proposta de casamento.

Este é um formato televisivo real, no ar há quase duas décadas. A premissa é positiva na medida em que Bea sofreu um desgosto amoroso recentemente e vê a sua participação como uma forma de promover a sua carreira e de se divertir (e ficar com umas roupas catitas), decidida a seguir em frente e em não se apaixonar durante o programa. Há ainda o bónus de desafiar as convenções de beleza e provar que uma mulher que não pareça uma Barbie pode ser a protagonista de um show com as características de Main Squeeze (The Bachelor/The Bacherolette).

O livro começa com Bea a mostrar-se uma mulher insegura e com dúvidas do seu valor por ser gorda, ao contrário do que aparenta. Quando Bea aceita entrar no reality show, vai sendo revelada a forma como o programa é planeado e manipulado (quais os concorrentes que vão ser desprezíveis para fazer o público simpatizar com Bea, por exemplo), os capítulos tornam-se mais interessantes, mas não foi por esse caminho que a autora quis enveredar, voltando sempre ao romance de pacotilha.

Capítulo após capítulo, Bea não se aceita e fraqueja ao menor sinal de gordofobia: uma mulher que se sente atraída por homens de beleza convencional no programa (atraentes, musculados, sorriso colgate) mas que fica devastada quando eles não parecem corresponder nem querem serem vistos com ela, apesar de na vida real as coisas nunca terem sido diferentes. 

A história torna-se chata, com uma protagonista de 30 anos tão imatura que dói... O final é um bocejo.

Gostei dos capítulos em forma de blog posts, podcasts, fóruns online e artigos da imprensa cor-de-rosa, piscadelas d'olho ao público que consome este tipo de televisão e à forma como a media publicita este tipo de programas.

Apesar do potencial, One to watch é uma fórmula mais do que revista. Um caso claro de promoção extrema; o produto final fica muito aquém do publicitado.

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(fraco)

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